AMÉRICA

América: como é o investimento no futebol feminino?

Luiza Parreiras, coordenadora do futebol feminino do América, falou de investimento no profissional e na base do clube
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Ainda que distante de ser uma potência no futebol feminino, o América caminha a passos curtos, mas esperançosos, para o crescimento da categoria. Nos últimos anos, a seriedade do trabalho e a forma de investir mudaram dentro do clube. Coordenadora do departamento, Luiza Parreiras detalhou como é o planejamento para investimento no Coelho.

Este ano, o América vai disputar a Série A1 do Campeonato Brasileiro pela primeira vez. Com a nova responsabilidade, o trabalho nos bastidores foi mais desafiador e precisou de mais atenção, já que o clube busca se fortalecer na categoria feminina. Para isso, a mudança deve começar internamente.

De acordo com Luiza, a pesquisa começou há algum tempo. Em busca de novas atletas e com um planeamento desenhado e alinhado com demais dirigentes do América, a captação começou a ser feita por um analista focado no feminino.

“Anualmente a gente tem o padrão de planejamento orçamentário. A partir do mês de outubro, discutimos o planejamento do ano seguinte. Fizemos uma pesquisa dos clubes da Série A pra gente ter uma noção do que a gente precisaria trabalhar. Principalmente de folha salarial. Isso também é um conhecimento de mercado. Conversar com atletas e entender uma pretensão salarial, quais posições o mercado investe mais. A gente faz uma análise com o analista de mercado. Temos essa pessoa que faz isso a partir da indicação do treinador”

Luiza Parreiras, coordenadora de futebol feminino do América

A diretora contou que a aprovação de orçamento passa por diversas instancias do clube. Além disso, deve contar, obviamente, com a participação do presidente da SAF, Marcus Salum.

“Pra gente ter um elenco forte, quanto custa? Aí nós apresentamos, folha salarial, estrutura, comissão técnica. Nos estamos tentando aprimorar. Amentamos o corpo técnico e tudo isso impacta no orçamento. O número foi apresentado e defendido. E isso é aprovado pela diretoria e presidência do clube, conselheiros e superintendes, que busca junto ao Salum, essa aprovação. Tudo isso com abertura de outros profissionais”, exemplificou.

Luiza não negou que haja um limite de orçamento, ainda mais neste ano, em que o clube terá que lidar com redução das receitas por causa da queda à Série B do Campeonato Brasileiro.

“Estamos em um momento de organização e estruturação do departamento. Todas as ideias são bem vindas. Temos limites orçamentários, mas temos que agregar o crescimento. Fomos desenvolvendo uma folha salarial, onde queríamos mais investir”

Luiza Parreiras

Investimento na base

Atualmente, o América tem a categoria sub-20 feminina. O planejamento, contudo, é de manter ‘os pés no chão’. Segundo Luiza, a prioridade do Coelho é fortalecer profissional e sub-20 para depois captar jogadoras ainda mais novas e desenvolver a base com mais atenção.

Em 2023, o América conseguiu aprovar um Projeto de Lei, via Lei do Incentivo ao Esporte, em que a receita é inteiramente revertida e injetada na base do clube.

“A gente começou a categoria de base na obrigatoriedade. Depois o clube começou a perceber a importância de investir na base. Mas estamos no processo de “cima pra baixo”, com uma proximidade do profissional, para que sejam aproveitadas. Algumas chegavam mais velhas e caso a gente não faça esse desenvolvimento, de técnicas básicas, sabe que futuramente vai haver falhas. A ideia é que a gente consiga descer as categorias.”

“Ano passado já captamos meninas mais novas. Ano passado aprovamos o projeto de lei com o orçamento de R$ 2,5 milhões e tudo o que vem sendo captado, é para reversão na categoria de base. Com essa captação via incentivo, queremos investir mais e estruturar mais o clube”, falou.

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