Cria da base do América, Arthur foi campeão do Campeonato Alemão pelo Bayer Leverkusen logo na primeira temporada na Europa e ainda pode conquistar os títulos da Liga Europa e Copa da Alemanha. E, em entrevista exclusiva ao No Ataque, o lateral-direito de 21 anos deixou claro que planeja ter uma longa carreira no futebol europeu. Ele também citou o interesse em retornar ao Coelho, falou sobre Juninho e comentou outras questões que envolvem o time mineiro.
Arthur foi negociado pelo América com o Bayer Leverkusen no meio de 2023 e chegou justamente na grande temporada da história do clube alemão. O ala já comemorou o título da Bundesliga, está na final da Copa da Alemanha, e é opção de Xabi Alonso para o duelo das quartas de final da Liga Europa diante do West Ham, nesta quinta-feira (18/4), na Inglaterra, às 16h.
Mesmo com as façanhas no primeiro ano, Arthur tem sonhos maiores no futebol europeu. Perguntado sobre uma provável volta ao futebol brasileiro, o atleta falou do interesse em retornar ao América, mas apenas após construir uma carreira no Velho Continente. Em um pensamento rápido, ele estipulou a idade de 37 anos para voltar ao Brasil.
“Eu tenho vontade de voltar para o Brasil, mas daqui um bom tempo. Espero ter uma base boa aqui e jogar em outros grandes clubes europeus também, que são sonhos. Falando em tempo não sei, porque muita coisa pode acontecer, mas quem sabe uns 16 anos, talvez. Voltar para o Brasil no final de carreira, e jogar no América é algo que não tenho dúvida. Tenho vontade de voltar”
Arthur, lateral-direito do Bayer Leverkusen
A conquista da Bundesliga já marca o início de carreira de Arthur na Europa, porém o atleta não se destacou na temporada por uma infelicidade. O lateral teve uma lesão no tendão da coxa esquerda em setembro de 2023, a qual se repetiu em dezembro, e o lateral teve que passar por cirurgia. Ele voltou a ser relacionado em 11 de abril, há exatamente uma semana.
O que faltou pelo América? Arthur responde
Foram 27 jogos e três assistências pelo profissional. Conquistou o Campeonato Mineiro Sub-20 de 2021 sobre o Cruzeiro, com direito a gol na final, e foi vice do Estadual de 2023, diante do Atlético na decisão. Faltou algo para Arthur com a camisa do América? A cria da base, que ainda não marcou gols como profissional, respondeu ao No Ataque.
“Eu acredito que ficou faltando um ‘golzinho’ [risos]. Eu queria ter feito mais jogos, mas não aconteceu. Faz parte do futebol. Eu amadureci nesse tempo também que eu não fui para os jogos. O América me deu uma base muito boa, abriu portas para mim desde o início, e eu só tenho a agradecer. O que eu sinto que faltou lá foram um pouco mais de jogos e uns ‘golzinhos’ [risos]”
Arthur, cria do América
A passagem foi curta justamente pelo potencial de Arthur. Com as convocações para defender o Brasil na categoria de base e até mesmo na principal, o lateral-direito chamou atenção do futebol internacional – recebeu propostas de Sporting, de Portugal, e Los Angeles Galaxy, dos EUA – e bateu recordes no América.
Com a negociação junto ao Bayer Leverkusen por 7 milhões de euros (R$ 37 milhões na cotação da época), Arthur se tornou a maior venda da história do América. Ele também é o primeiro jogador revelado pelo clube mineiro a ser convocado para a Seleção Brasileira enquanto ainda vestia a camisa do Coelho. E o time principal do Brasil não contava com um jogador americano desde 1966.
Arthur revelou que teve certa dificuldade de acreditar em todos esses feitos com 20 anos, idade em que ele foi negociado com o clube alemão e convocado para defender a Seleção Brasileira principal.
“Uma realização incrível, porque eu me cobro muito em relação às coisas, em buscar sempre dar o meu melhor, e quando essas coisas foram acontecendo, eu fiquei meio sem acreditar. As pessoas falavam ‘você foi a maior venda do clube’, e quando eu parava para pensar assim, minha mente explodia, porque foi algo muito louco. Eu não imaginava que isso fosse acontecer tão rápido e tivesse uma proporção tão grande igual teve”, disse.
A relação com Juninho
Nos treinamentos e partidas entre 2022 e 2023 no clube mineiro, Arthur teve companhia do atleta com mais partidas com a camisa do América: Juninho. O capitão, que tem 402 jogos pelo Coelho, ajudou bastante o lateral-direito no início da carreira, como revelado na entrevista. O jogador do Leverkusen também citou o principal aprendizado com o volante de 36 anos.
“Eu acho que [o aprendizado foi] ter fé. O Juninho é um cara de muita fé e ele sempre transmitia isso pra gente. Ele tem vários outros pontos incríveis, o carisma dele, o carinho que desde o início ele teve com a gente que subiu da base na época. Sempre quando a gente ficava meio acanhado, com vergonha, medo, sem confiança, ele chegava, conversava, ajudava a gente. Eu acho que a fé foi algo que ele transmitiu e ficou muito marcado pra mim”
Arthur, ex-companheiro de Juninho no América
Recentemente, Juninho também foi entrevistado pelo No Ataque. O jogador comentou o futuro no América, falou sobre aposentadoria e fez alerta para o Coelho na disputa da Série B. O Coelho estreia na Segunda Divisão nesta sexta-feira (19/4), no duelo com o Botafogo-SP, às 19h, no Estádio Santa Cruz.