As graves enchentes no Rio Grande do Sul afetaram também o futebol. Com a situação alarmante no estado – inúmeras pessoas desabrigadas, 100 mortes e mais de 130 desaparecidos -, o esporte passa a ser apenas um figurante. A paralisação total do calendário brasileiro tem sido amplamente discutida. Técnico do América, Cauan de Almeida prestou apoio às vítimas afirmou que o mais prudente seria suspender os jogos.
Antes da vitória sobre o Vila Nova por 3 a 1, nesta quarta-feira (8/5), no Independência, pela Série B, os jogadores do América homenagearam o estado do Rio Grande do Sul carregando a bandeira do estado em campo. Em entrevista, Cauan de Almeida, técnico da equipe, revelou ligação especial com a região e se solidarizou com a situação enfrentada.
“Eu sou muito solidário ao estado do Rio Grande do Sul. Inclusive minha filha de 10 meses é gaúcha. Eu me considero gaúcho, praticamente. É uma situação muito complicada e complexa. Tenho certeza que todas as federações estão aptas para tomar essa decisão. Os clubes estarem prontos para qualquer um dos cenários é importante. A gente se solidarizar e colocar isso acima do futebol é importante. Creio que um caminho honesto e de gratidão seria, sim, pausar o campeonato”
Cauan de Almeida
O treinador citou as entrevistas do presidente do Internacional, Alessandro Barcellos, e do meio-campista Nenê, do Juventude, ao apoiar a paralisação do campeonato. Até então, a CBF decidiu adiar “todas as partidas marcadas no Rio Grande do Sul e outras envolvendo equipes gaúchas na condição de visitante até o dia 27 de maio em todas as competições e divisões do futebol brasileiro”.
“Eles falaram que nesses momento eles não conseguem pensar em futebol. É humanamente impossível pensar. Temos que nos solidarizar e esse seria um caminho (pausar o futebol) para demonstrar essa hombridade, para não prejudicar os times gaúchos. Porque (o futebol) não é o mais importante no momento, o importante é salvar vidas, retomar e reconstruir o estado do Rio Grande do Sul”, comentou Cauan.
Juninho prestou apoio
Capitão do América, Juninho carregou a bandeira do Rio Grande do Sul nos ombros na entrada em campo da equipe. O jogador ressaltou a importância de prestar apoio aos que necessitam e falou do gesto antes do apito inicial da partida.
“A gente não está uma bolha, fora do mundo. Quando a gente vem aqui, a gente se alegra, se diverte. Mas o problema que está acontecendo é enorme. E o abraço na bandeira é um abraço ao povo do Rio Grande do Sul. Vamos deixar o ego e vaidade de lado, ajudar com o pouquinho que cada um puder. É uma bandeira nossa, porque amanhã pode ser aqui também”
Juninho, volante do América
