América

De saída do América, Juninho trabalhou em supermercado antes de virar jogador aos 22 anos

Juninho encerrará passagem de nove anos pelo América no jogo contra o Brusque, neste domingo (24/11), pela última rodada da Série B
Foto do autor
Compartilhe

A partida contra o Brusque, às 18h30 deste domingo (24/11), no Independência, pela última rodada da Série B, marca a despedida de Juninho do América. O volante passou nove dos 15 anos da carreira profissional no Lanna Drumond e se tornou um dos maiores ídolos da história do Coelho. 

A carreira de Juninho, inclusive, começou de forma tardia em relação a outros jogadores de futebol, que tem nas divisões de base o caminho natural para o futebol profissional . Antes de ingressar no esporte, aos 22 anos, o jogador chegou a trabalhar como açougueiro em Aparecida de Goiânia, sua cidade natal. 

“Eu cheguei a fazer escolinha. Não cheguei a pegar base, sub-15, sub-17. Tive que alinhar com trabalho e isso me distanciou da base. Sempre trabalhei cedo. Com 14 anos eu estava trabalhando e base pra mim não tinha. Mas foi em uma dessas oportunidades de trabalho que surgiu a possibilidade de jogar na várzea”, contou Juninho, em entrevista ao No Ataque, publicada originalmente em abril deste ano. 

“Eu sempre tive o desejo de ser jogador, mesmo trabalhando. A gente parava para assistir jogo e eu me imaginava no campo, mesmo distante do sonho. No peito ardia um desejo. Mesmo eu estando longe, eu tinha fé que eu poderia acontecer. E eu não mudaria nada na minha trajetória”, relembrou. 

Curiosamente, foi por causa do trabalho que Juninho ganhou a oportunidade de mostrar o talento no futebol. 

“O dono do mercado tinha um time. Eu trabalhava no supermercado e ia para várzea. Era um jogo dia de sábado, foi em um desses jogos que fui convidado para participar do amador. E começou a aparecer as oportunidades. Trabalhei no supermercado, fui atendente de caixa, limpava prateleira, atendia no bar, por fim fui açougueiro, no mesmo supermercado”, contou. 

“É engraçado que sempre que tinha a possibilidade de ir pra outro lugar, minha carteira continuava assinada com o mercado. Caso não desse certo, ele falava ‘você volta’. Eu tinha uma motinha, aí ele me liberava pro futebol e depois eu voltava, fiquei nessa um bom tempo. Sou muito grato a ele”, disse. 

“Eu saí de estado, voltei, mas continuei trabalhando. E graças a uma oportunidade que teve de várzea, o cara acabou me chamando para uma terceira divisão do Campeonato Goiano e as coisas começaram a acontecer. Mas antes de me tornar jogador profissional, foi um tempo árduo, me tornei profissional com 22 e 23 anos”, concluiu Juninho. 

Despedida de Juninho do América

No Ataque confirmou nessa quinta-feira (21/11) que Juninho sairá do clube por opção própria. A diretoria americana tinha interesse em renovar o vínculo do meio-campista de 37 anos, que passou os últimos dias por momentos de reflexão. Simultaneamente, o staff do jogador recebeu propostas de equipes das Séries A e B.

O Goiás é um dos interessados em Juninho. Inclusive, o ge.globo cravou que o volante já assinou pré-contrato com o clube esmeraldino. Fontes ouvidas pelo No Ataque adotam cautela e garantem que não há nada certo até o momento. Todavia, o fato de o atleta ser natural de Aparecida de Goiânia pode facilitar no acerto.

O duelo de domingo também será a “última dança” do meia Moisés, que se aposentará do futebol aos 36 anos de idade. Nono colocado da Série B, com 55 pontos, o América apenas cumprirá tabela diante do já rebaixado Brusque (19º, com 36).

Juninho no América

Juninho chegou ao América em maio de 2016, vindo da Ferroviária, de São Paulo. Na época, ele tinha 29 anos e era um jogador de características de marcação. No Coelho, transformou-se em um meio-campista dinâmico, versátil e de muita movimentação. Além de aprimorar aspectos táticos e de posicionamento, tornou-se participativo em passes para os companheiros e finalizações.

Em nove temporadas, Juninho disputou 438 jogos (437 oficiais e um amistoso) e estabeleceu um recorde de atuações no América. Mesmo sem ser cobrador de faltas, escanteios e pênaltis, marcou 37 gols (todos com a bola rolando) e deu 31 assistências. O volante virou referência técnica dentro de campo e exemplo de liderança, disciplina e dedicação para a instituição.

Pelo Coelho, Juninho conquistou a Série B de 2017 e fez parte de outros grandes momentos, como o acesso para a Série A em 2020 (vice-campeão), as duas campanhas de destaque no Brasileirão (8º lugar em 2021 e 10º lugar em 2022) e as presenças na Copa Libertadores de 2022 e na Copa Sul-Americana de 2023.

Compartilhe