Victor Bagy terá como desafio manter o legado deixado por Rodrigo Caetano no Atlético. Anunciado como novo diretor de futebol do clube no sábado (17/2), o ex-goleiro será o 15º profissional a exercer a função no Galo nos últimos 20 anos.
O mais longevo deles é também considerado por muitos o que teve mais sucesso como executivo do Atlético: Eduardo Maluf. Entre 2010 e 2017, o ex-dirigente participou das campanhas vitoriosas da Copa Libertadores (2013) e da Copa do Brasil (2014), além dos vice-campeonatos do Campeonato Brasileiro (2012 e 2015). Ele morreu em junho de 2017, devido a um câncer no estômago.
Caetano foi o segundo com mais tempo na função. Contratado no início da gestão do presidente Sérgio Coelho, em 2021, o executivo permaneceu por três anos antes de ir para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF), onde exercerá o cargo de coordenador de seleções masculinas.
Com ele na diretoria, o Atlético conquistou três Campeonatos Mineiros (2021 a 2023), um Brasileiro (2021), uma Copa do Brasil (2021), e uma Supercopa do Brasil (2022).
Períodos de instabilidade na função
Entre os dois profissionais, o Atlético teve seis diretores de futebol em cinco anos, entre 2017 e 2021. André Figueiredo foi o primeiro deles e deixou o cargo sem prestígio com a torcida, após Bernard o responsabilizar por dispensas no clube.
Diretor de comunicação do Galo naquele momento, Domênico Bhering assumiu o futebol com o aval do então presidente Daniel Nepomuceno e do ex-mandatário Alexandre Kalil. Ele já fazia parte da ‘força-tarefa’ chefiada por Nepomuceno e ficou interinamente no cargo por alguns meses.
Na sequência, Alexandre Gallo e Rui Costa fizeram contratações contestadas e ainda viram o time passar por momentos negativos dentro de campo. Permaneceram menos de um ano no alvinegro. O ídolo atleticano Marques também atuou como diretor nesse período, mas sem sucesso.
O único que talvez seja lembrado de forma positiva pela maioria da torcida é Alexandre Mattos, que ocupou o cargo entre março de 2020 e janeiro de 2021, ajudando a formar a base do time que seria campeão naquele ano.
Rebaixamento do Atlético e anos sem diretor
Antes de Maluf, o Atlético também não conseguiu uma sequência com profissionais no cargo. Luiz Henrique de Menezes, Humberto Ramos e Carlos Alberto Silva ficaram pouco tempo no clube devido ao rebaixamento para a Série B do Brasileiro, em 2005.
Ziza Valadares, por sua vez, deixou a função para se tornar presidente do Galo. Seu sucessor, Beto Arantes se demitiu para cuidar de assuntos particulares e de saúde, enquanto Alexandre Faria teve problemas com Afonso Paulino, conselheiro do clube na época.
A falta de nomes e a recusa de Maluf em 2008 fez com que o Alexandre Kalil, que havia assumido a presidência do alvinegro naquele ano, ficasse dois anos sem uma pessoa na função.
Os diretores de futebol do Atlético nos últimos 20 anos
- Luiz Henrique de Menezes (2003 – 2004)
- Humberto Ramos (2004 – 2005)
- Carlos Alberto Silva (2005)
- Ziza Valadares (2005 – 2006)
- Beto Arantes (2007 – 2008)
- Alexandre Faria (2008)
- Eduardo Maluf (2010 – 2017)
- André Figueiredo (2017)
- Domênico Bhering (2017)
- Alexandre Gallo (2017 – 2018)
- Marques (2018 – 2019)
- Rui Costa (2019 – 2020)
- Alexandre Mattos (2020 – 2021)
- Rodrigo Caetano (2021 – 2024)
- Victor (2024 – )
Desafios de Victor no Atlético
Victor assume o cargo de diretor de futebol do Atlético em um momento em que a Sociedade Anônima de Futebol (SAF) do Galo trabalha, de forma resumida, com três pilares: manutenção de um time competitivo em âmbito nacional, contratações de jogadores com bom potencial de revenda e/ou retorno técnico e vendas de atletas com lucros expressivos.
Ao mesmo tempo que enfrentará pressão por vender jogadores, Victor terá de trabalhar para manter o Atlético na briga por grandes títulos. O clube já dispõe de um dos melhores elencos do Brasil, mas, na avaliação de diversos torcedores, carece de ajustes ainda pensando em 2024.
O diálogo com os investidores da SAF do Atlético também é um ponto a ser melhorado. Victor passa a integrar o comitê de futebol alvinegro, trabalhando de forma ainda mais direta junto aos empresários Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador, ao presidente Sérgio Coelho e também a Bruno Muzzi, CEO do clube-empresa atleticano.