O balanço do Atlético, divulgado nesta sexta-feira (16/5), esmiuça os detalhes da situação financeira da Sociedade Anônima de Futebol (SAF). O endividamento líquido de R$ 1,3 bilhão salta aos olhos e é o principal motivo de debates entre torcedores nas redes sociais. Mas qual era o perfil dessa expressiva dívida do Galo ao fim de 2024? O No Ataque responde a seguir.
No documento disponibilizado à imprensa e aos torcedores nesta sexta-feira, o Atlético detalha salto de R$ 1,1 bilhão para mais de R$ 1,3 bilhão no endividamento líquido. O cenário impacta no dia a dia do clube, que conviveu com atrasos de pagamentos a jogadores em um passado recente e, agora, enfrenta dificuldades para honrar compromissos financeiros junto a outros times.
A dívida líquida do Atlético está distribuída entre quatro pilares: empréstimos com instituições bancárias; Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) assumidos para a conclusão das obras da Arena MRV; Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (PROFUT) / Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (PERSE) e, por fim, o “working capital”.
O perfil da dívida do Atlético
- Bancário: R$ 507 milhões
- CRIs da Arena MRV: R$ 446 milhões
- Profut/Perse: R$ 387 milhões
- Working capital: R$ 28 milhões*
Total: R$ 1,368 bilhão
*Segundo o Atlético, working capital representa “os valores residuais líquidos do passivo e ativo, incluindo o contas a pagar e a receber de transferências de atletas.“
As dívidas bancárias são as mais prejudiciais ao Atlético, pois estão atreladas ao Certificado de Depósito Interbancário (CDI), que acompanha a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic). Na reunião mais recente do Comitê de Política Monetária (Copom), em 7 de maio, o índice foi fixado em 14,75% ao ano.
Diante do cenário econômico, o Galo sofre mensalmente com o pagamento de juros às instituições financeiras. Essas despesas foram decisivas para que a SAF registrasse prejuízo de R$ 299 milhões em 2024, mesmo com receita recorde de R$ 674 milhões.
Atlético renegociou empréstimos junto aos bancos
O balanço do Atlético destaca que o clube renegociou todos os empréstimos que fez junto a instituições bancárias nos últimos anos. De acordo com o documento, as taxas saíram de uma média de CDI + 8% para CDI + 4%.
“Para os próximos anos, o clube concentra todos os seus esforços para redução das despesas financeiras e endividamento do Galo, obtendo e consolidando um futuro de sustentabilidade e equilíbrio financeiro”, consta no documento do clube-empresa.