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Treinado por Dorival no Cruzeiro, Nenê aposta em sucesso do técnico na Seleção

Destaque no futebol português, atacante relembra como se tornou 'referência' do treinador em atividades na Toca da Raposa II
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Ex-atacante do Cruzeiro, Nenê relembrou como foi trabalhar com o técnico Dorival Júnior na Toca da Raposa 2, em 2007. Em entrevista ao No Ataque, o jogador de 40 anos contou que se tornou referência de dedicação e entrega sob o comando do atual comandante da Seleção Brasileira.

“O Dorival foi técnico do meu irmão (o ex-volante Michel) no Sport Recife. Pelo que meu irmão falava, aquilo que eu fazia no Santa Cruz, o Dorival dava o exemplo para alguns jogadores do Sport. Depois, tive a felicidade de trabalhar com o Dorival no Cruzeiro. Não o conhecia pessoalmente até então, mas sabia que ele tinha falado bastante sobre mim”, iniciou o veterano.

“Nos treinamentos, eu sempre me dedicava, e ele dava exemplos para outros jogadores, de que não jogava tanto, mas treinava 100%, sem desanimar e disposto a ajudar. É um grande treinador”, acrescentou Nenê, atual artilheiro da Segunda Divisão de Portugal, com 14 gols pelo AVS.

Nenê citou os bons trabalhos recentes de Dorival Júnior para vislumbrar o sucesso do treinador à frente do Brasil, que jogará a Copa América em 2024 e tentará se recuperar do mau início com Fernando Diniz nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026 – sexto lugar, com duas vitórias, um empate e três derrotas em seis rodadas.

“Ele (Dorival) evoluiu muito. Tenho certeza de que, com alguns conhecimentos que passará a ter, será uma grande opção para a Seleção Brasileira. Também acompanhei o trabalho que ele fez no Flamengo, ganhando a Copa do Brasil e a Libertadores (em 2022). Depois saiu em uma aparente injustiça, mas a gente nunca sabe o que tem por trás disso. Não tenho como dizer se foi da parte dele ou do clube não continuar no Flamengo. Mas é um grande nome para a Seleção. Se derem tempo a ele, fará um grande trabalho. Só tenho elogios para ele e sua comissão técnica”, afirmou.

Nenê no Cruzeiro

Nenê chegou ao Cruzeiro em 2007 após se destacar pelo Santa Cruz no Campeonato Brasileiro do ano anterior. Na Toca da Raposa, enfrentou a concorrência de nomes como Roni, Araújo, Guilherme e Marcelo Moreno por uma vaga no time treinado por Paulo Autuori, que pediu demissão após a derrota para o Atlético no primeiro jogo da decisão do Campeonato Mineiro. Dorival Júnior foi o substituto e comandou a equipe celeste na sequência da temporada.

“Quando cheguei ao Cruzeiro, veio o Rômulo. Depois, o Guilherme, que subiu da base. E o Marcelo Moreno, que veio logo depois. Mas uma equipe grande como o Cruzeiro sempre tem que ter concorrência. São jogadores de qualidade”, avaliou.

“Meu primeiro gol pelo Cruzeiro foi no empate por 2 a 2 com o Villa Nova. O Paulo Autuori me deu confiança. Tínhamos uma concorrência boa, mas a nossa amizade dentro do clube era muito importante. Todos querem jogar, mas somente um jogaria”, acrescentou.

Na temporada seguinte, Nenê ficou fora dos planos do então novo técnico do Cruzeiro, Adilson Batista. Após retorno do empréstimo ao Ipatinga, ele foi mandado para o time B da Raposa, que excursionou em Portugal em maio de 2008. Com o bom desempenho nos amistosos em solo lusitano, a vida do atacante mudou completamente.

“No jogo contra o Vitória de Guimarães, o técnico do Nacional, Manuel Machado, estava assistindo. Ele se interessou pelo meu futebol e falou ao presidente do Nacional: ‘quero o avançado e o Maicon (zagueiro, hoje no Vasco)’. O presidente do Nacional disse: ‘o avançado não, pois ele machucou o tornozelo e está todo arrebentado’. O treinador respondeu: ‘não, não, quero o avançado mesmo assim’. E foi feita a contratação, se não me engano, por 500 mil euros”, relembrou.

“Voltei ao Cruzeiro apenas para cumprimentar as pessoas. Peguei na mão do Adilson Batista e disse: ‘muito obrigado por não ter me dado espaço aqui. Se você não contava com meu futebol, obrigado. Fui para um lugar onde estou muito feliz, fiz o que fiz e escrevi meu nome no Nacional. Até hoje está o meu prêmio, a Bola de Prata, de artilheiro. Só tenho a agradecer ao Nacional, que me abriu as portas’, concluiu Nenê, autor de seis gols em 24 partidas na passagem pelo clube celeste em 2007.

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