FUTEBOL MINEIRO

Série D: presidente de clube mineiro renuncia em meio à má campanha e crise financeira

Dívidas trabalhistas do Patrocinense, clube do interior de Minas, superam R$ 1 milhão
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Rebaixado no Campeonato Mineiro de 2024 e lanterna do Grupo A7 da Série D do Campeonato Brasileiro, o Patrocinense terá uma mudança em sua gestão na sequência da temporada. O empresário Ronaldo Corrêa de Lima renunciou à presidência do clube do Alto Paranaíba nesta terça-feira (28/5).

Em entrevista ao No Ataque, Ronaldo Corrêa explicou o que motivou sua renúncia. Ele foi eleito presidente em setembro de 2023 para o biênio 2024-2025. No entanto, a crise financeira “sem precedentes” na história do Patrocinense o fez desistir. De acordo com o empresário, somente as dívidas trabalhistas do clube, oriundas de gestões passadas, superam R$ 1 milhão.

Ronaldo Corrêa pensou em renunciar ainda no início do ano quando teve conhecimento das dívidas trabalhistas do Patrocinense por meio de uma denúncia em um programa de TV. Ele admite, inclusive, que antes de assumir o cargo não chegou a averiguar a situação do clube.

“Eu não tive a curiosidade, apesar de ter 67 anos e ser empresário, de investigar aquilo que seria o débito. Uma pessoa, que não sei quem é, denunciou a situação das ações trabalhistas num canal de televisão e através desse canal descobri que o buraco era mais embaixo. Eu já estava dentro e veio assim uma sequência de coisas erradas”, conta.

“A denúncia era de R$ 750 mil [de dívida trabalhista], mas na verdade era R$ 1 milhão. Então já foi um susto. E eu honrando a palavra, vendo o que acontecia”.

Ronaldo Corrêa

De acordo com o empresário, já na semana da estreia do Patrocinense no Campeonato Mineiro, o clube precisou lidar com dez audiências trabalhistas, sendo que duas ocorreram justamente no dia 24 de janeiro, quando o time encarou o Atlético pela primeira rodada.

“Vou sair antes que fique pior”

Além das dívidas trabalhistas, o Patrocinense está em débito com empresários e com a própria Federação Mineira de Futebol (FMF). Ronaldo Corrêa ainda destaca que a situação financeira do clube é ainda mais delicada por conta da arrecadação que caiu consideravelmente nos últimos anos. Diante da crise, o empresário chegou a desembolsar R$ 500 mil para ajudar o clube nos últimos meses.

“Tem dívida de três, quatro anos. Com a FMF, com empresário que emprestou dinheiro… A cota de televisão de dois anos para cá caiu 50%, um acúmulo de questões fez chegar ao patamar que chegou. É uma equipe que não tem ajuda financeira nenhuma, é praticamente zero”, lamenta.

“Com uma dívida de R$ 2 milhões, com um custo de R$ 500 mil por mês, fica difícil. Eu mesmo coloquei R$ 500 mil do meu bolso. Aí fica difícil. Isso impactou nas coisas que eu mais prezo: Deus, trabalho e família. Eu não abro mão disso, isso acabou impactando e falei: ‘vou sair antes que fique pior'”.

Ronaldo Corrêa

Patrocinense na Série D

O Patrocinense tem campanha ruim na Série D do Brasileiro. O time está em último lugar do grupo A7, sem nenhuma vitória em cinco jogos. Foram dois empates e três derrotas, com quatro gols marcados e 10 sofridos.

O próximo jogo da equipe mineira será neste sábado (1/6), às 16h, fora de casa. O adversário do Patrocinense será o Inter de Limeira.

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