Finalistas da Superliga Feminina comentaram o caso envolvendo Wallace e o impacto da punição ao atleta do Cruzeiro no vôlei. Jogadoras de Minas e Praia Clube foram entrevistadas pelo No Ataque após a vitória do time de Uberlândia por 3 sets a 0 sobre a equipe de Belo Horizonte na decisão de domingo (7/5), no Sabiazinho. Paulo Coco, técnico campeão, também respondeu sobre o assunto.
Além do treinador bicampeão pelo Praia, a levantadora Claudinha, eleita melhor jogadora da decisão, comentou a questão que envolve Wallace. Vice-campeãs pelo Minas, a oposta Kisy, melhor atleta da Superliga Feminina de 2022/23, e a central Carol Gattaz, que se recupera de lesão, também falaram sobre a suspensão de 5 anos ao atleta e de seis meses à Confederação Brasileira de Vôlei do Comitê Olímpico Brasileiro, além da proibição de repasses financeiros à CBV.
Carol Gattaz, central do Minas
“É uma pena que isso virou político. É uma coisa que eu não posso falar porque não sei o que acontece nos bastidores lá dentro, mas eu acho que, se tem que ter a punição, tem que ser a punição direcionada. Mas quem sou eu para falar. Eu gosto muito do Wallace como pessoa, como atleta. Ele já nos deu muitas alegrias dentro do vôlei brasileiro.”
“Eu espero que todos possam julgar da melhor maneira e que isso não atrapalhe o vôlei em si, porque o vôlei é muito maior que isso. O vôlei, a entidade, todas as atletas que envolvem. Então, uma modalidade ser prejudicada, eu acho que as pessoas que mandam, que estão por trás disso, podem pensar melhor sobre isso.”
Claudinha, levantadora do Praia Clube
“Eu tenho a minha opinião, mas, infelizmente, hoje em dia nem se posicionar a gente pode porque cada um interpreta de uma forma. Então, é até complicado se posicionar. Muitas pessoas ficarão contra. Muitas pessoas vão ficar à favor. E mesmo não me posicionando, as pessoas vão me julgar e falar assim: ‘Nem se posiciona’.”
“Porque a gente não pode fazer nada mais hoje em dia. A gente não pode se posicionar de uma forma, ou se posicionar de outra forma ou também ficar calada. Então, é complicado. A gente tem que tomar muito cuidado realmente com o que fala, com o que posta, porque as redes sociais tem um poder muito grande.”
Kisy, oposta do Minas
“Eu acho que já tem entidades demais cuidando disso. A gente que é atleta tem que se preocupar em jogar. Tem pessoas cuidando disso. A gente não tem que palpitar porque não vai adiantar nada.”
Paulo Coco, técnico do Praia Clube
“Eu não tenho opinião. Mas eu gostaria só de que os nossos dirigentes, os nossos órgãos, as nossas instituições pensassem em fazer política para o vôlei e deixassem o esporte fora da política. Não usasse isso como política. Vamos pensar em políticas para desenvolver o esporte e deixar a política fora do vôlei.”
Entenda o ‘caso Wallace’
O oposto Wallace abriu uma caixa de perguntas no Instagram em janeiro deste ano e viu um fã perguntar se ele daria um tiro no rosto do presidente Lula (PT). Ele criou uma enquete para que os próprios seguidores respondessem.
O Conselho de Ética do Comitê Olímpico Brasileiro (CECOB) entendeu que ele feriu o código de ética da entidade ao fazer uma incitação à violência. O atleta foi suspenso, inicialmente, por 90 dias a partir de fevereiro.
O oposto conseguiu uma liminar concedida pelo STJDV (Superior Tribunal de Justiça Desportiva do Vôlei) para atuar na final da Superliga. Wallace participou de poucos lances da decisão de 30 de abril, mas marcou o ponto que garantiu a vitória do Cruzeiro sobre o Minas.
Diante disto, o CECOB determinou o aumento da suspensão, que saiu dos 90 dias para cinco anos. Além disso, o Comitê de Ética puniu a Confederação Brasileira de Vôlei com uma suspensão de seis meses do Comitê Olímpico Brasileiro e a proibição de todos os repasses financeiros à organizadora da modalidade no país.