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Natação: brasileiro medalhista em Tóquio anuncia que não disputará Paris 2024

Nadador anunciou que não disputará seletiva brasileira da modalidade, que definirá quais atletas vão representar o Time Brasil em Paris 2024
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Medalhista de bronze nos 50m livre na Olimpíada de Tóquio 2020′, o nadador Bruno Fratus anunciou nesta terça-feira (230/4) que não disputará os Jogos de Paris 2024, entre julho e agosto deste ano.

O anúncio foi feito em entrevista ao programa Globo Esporte, pouco antes de a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos divulgar a lista dos atletas que vão buscar o índice olímpico na seletiva brasileira de natação, que será entre 6 e 11 de maio, no CT Olímpico da Aeronáutica, no Rio de Janeiro. Bruno está presente no grupo com o 19º melhor tempo dos 50m livre, marca alcançada no Troféu José Finkel, no ano passado, único torneio que ele disputou entre 2022 e 2024.

A seletiva definirá quais nadadores vão representar o Time Brasil na Olimpíada de Paris. Assim, abrindo mão de disputá-la, Bruno desiste da chance de conquistar uma vaga na competição.

Por que Bruno Fratus não disputará Paris 2024?

O nadador fez quatro cirurgias nos últimos 18 meses (um ano e meio). A última foi feita há dois meses.

Em publicação nas redes sociais para explicar a decisão, Bruno disse que o corpo dele “pediu para respirar”. Apesar de já ter 34 anos, ele garantiu que não vai se aposentar, e quer voltar à natação, mas antes vai “dar um hiato” na carreira para se cuidar.

Veja o que Bruno Fratus disse

“Quem tem me acompanhado mais de perto têm visto nesses últimos meses que eu tenho lidado com lesões, cirurgias e MUITA fisioterapia e é inegável que tudo isso impactou na regularidade de treinos e competições.

Eu treino desde os 11 anos de idade, e depois de três ciclos olímpicos seguidos – sendo os dois últimos bem atípicos – meu corpo pediu para respirar.

Nos últimos 18 meses foram quatro cirurgias, incontáveis sessões de fisioterapia, mas apesar de todo o esforço na reabilitação, muito tempo fora d’água também.

Tudo isso impossibilitou uma preparação que me colocasse em uma posição competitiva em Paris agora, há menos de 100 dias. Por mais difícil que seja, eu optei por não competir a seletiva olímpica semana que vem e consequentemente não estarei em Paris.

É difícil passar uma mensagem tão pessoal, baseada em sentimentos e situações tão íntimas, ainda mais cedendo a superficialidade do formato dessa rede social. Sinceramente, preferia estar conversando com cada um de vocês, olho no olho, e agradecer pelo apoio incondicional de todos que me acompanharam e mandaram mensagens de incentivo durante esse ciclo todo.

Quero dizer que tudo isso não faria sentido sem vocês e por fim dizer que essa não é uma mensagem de aposentadoria, mas sim de um breve hiato.

Com toda essa situação surgiu a urgência de um cuidado maior comigo mesmo, tirar o atleta e a performance de foco e cuidar do ser humano por trás disso tudo.

Saúde é papo sério.

Depois de três Olimpíadas, não faria sentido ir até Paris, vestir o uniforme do Brasil, sem a plena convicção de que eu estou em condições de brigar pela prova.

Time Brasil também é papo sério.

E, mesmo me doendo – e muito – não poder estar lá, estarei por aqui, torcendo como sempre por todo mundo que vai estar lá competindo e representando o nosso país.

Quero agradecer o apoio incondicional do COB, do meu clube, Pinheiros, e de todos os meus patrocinadores e apoiadores que conseguem enxergar o ser humano por trás do atleta e compartilham dos mesmos valores e sentimentos que eu.

Beijos e até logo!”

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