VÔLEI

Cria do Minas, ouro na Olimpíada: a carreira de Walewska, que morreu nesta quinta

Ex-jogadora faleceu nessa quinta-feira (21/9) após cair do 17º andar de um prédio, na cidade de São Paulo; relembre a trajetória de Walewska no vôlei
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Um triste fim para uma história cheia de glória e de conquistas. A ex-jogadora de vôlei Walewska Oliveira, que morreu aos 43 anos, começou a chamar a atenção tão logo chegou ao Minas na adolescência, em 1992.

Rommel Milagres, então chefe da preparação física do vôlei feminino do clube e da Seleção Brasileira, lembra que a garota de 13 anos chamava a atenção pelo tamanho. “Ela era muito alta e muito dedicada. Seu crescimento foi rápido”.

E logo ela estaria na equipe adulta. Isso aconteceu em 1995, quando tinha apenas 16 anos. A equipe tinha Ana Flávia, medalhista olímpica de bronze nos Jogos Olímpicos de Atlanta’1996, de quem Walewska se tornou grande amiga.

Ana lembra bem da chegada da “menina” Walewska ao time adulto. “Era da mesma posição que a minha. Os destaques do time se tornaram ela e Érica, de quem também me aproximei. Conversava muito com elas, dava conselhos. Eles perguntavam muito sobre o jogo, as coisas da quadra”.

A intimidade era tanta, lembra Ana Flávia, que elas a chamavam por um apelido. “Me chamavam de ‘Vovó’. Era porque, sempre, depois dos treinos, eu sentava e tomava um chá. Elas sentavam perto de mim e riam para valer.”

Ana Flávia lembra que sua última convocação para a Seleção Brasileira coincidiu com a primeira de Waleska. O técnico era Bernardinho, que depositava uma grande confiança na meio-de-rede.

Com o tempo, a amizade entre as duas cresceu, e Ana Flávia se tornou empresária de Walewska. “Eu tinha parado de jogar e tinha muitos contatos no mundo do vôlei. Foi quando a levei para o Perugia, da Itália. Desde então, toda a carreira dela foi gerenciada por mim”.

Carreira de Walewska

Foram muitas as conquistas de Walewska, nascida em Belo Horizonte, no Bairro Jaraguá, onde seus pais ainda moram. Aquela menina alta e franzina cresceu ainda mais e ganhou o mundo.

Pela Seleção Brasileira, Walewska conquistou duas medalhas olímpicas: ouro em Pequim’2008 e bronze em Sydney’2000. No Campeonato Mundial do Japão, em 2006, ficou com a prata. Já na Copa do Mundo, duas pratas, em 2003 e 2007, e um bronze, em 1999.

No Grand Prix, Walewska foi ouro três vezes: Reggio Calabria, em 2004 e 2006, e Yokohama, em 2008. Ainda ficou com a prata em Yuxi’1999 e bronze em Manilla’2000. Na Copa dos Campeões, comemorou o ouro em 2013, no Japão. Nos Jogos Pan-Americanos, recebeu o ouro em Winnipeg’1999 e a prata no Rio’2007.

Por clubes europeus, a camisa 1 foi campeã europeia em Cannes’2006 defendendo o Sirio Perugia. Ainda pela equipe italiana, foi bicampeã da Challenge Cup, em 2005 e 2007. Também no exterior, defendeu o espanhol Murcia e o russo Zarechie Odintsovo.

As maiores conquistas de Walewska no Brasil foram o título da Superliga pelo Praia, em 2021, e prata duas vezes, em 2017 e 2020. Além do Minas e do Praia, a central jogou por Rio de Janeiro, São Caetano, Campinas e Osasco. 

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