VÔLEI

Campeão olímpico de vôlei desabafa sobre infarto: ‘Próxima parada é caixão’

Tande disse que ignorava os sintomas antes de se internar em um hospital no Rio de Janeiro e passar por cirurgia de emergência

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O ex-jogador de vôlei Tande, campeão olímpico nos Jogos de Barcelona, em 1992, revelou que esteve perto da morte após sofrer um infarto em abril de 2024. Em entrevista ao portal ge, ele disse que ignorava os sintomas antes de se internar em um hospital no Rio de Janeiro e passar por cirurgia de emergência.

“Nunca fumei, nunca me droguei, nunca bebi. Tenho um problema genético nas artérias e não sabia. Fiquei cinco anos sem fazer check-up: um ano e meio antes da pandemia e um ano e meio depois. Estava na Disney com meus filhos, saímos correndo no parque. Quando eu parti, senti uma facada nos pulmões. Naquele momento, eu falei: ‘Que isso, que loucura’. O ar entrou ardido. O atleta tem um limiar de dor alto. Dali, fiquei uns quatro meses seguidos sentindo sintomas: palpitação no pescoço, pressão na arcada dentária e dor no ouvido esquerdo. Fui fazer uma palestra em Punta Cana (República Dominicana), acelerei para pegar o voo e vieram as sensações de novo. ‘Acho que estou morrendo, está apagando’. Dei uma respirada, fui voltando… não senti nada no evento”, detalhou Tande.

O sopro da mãe e a internação

Tande procurou um hospital quando voltou a ter outro sintoma após uma festa de família.

“No dia do aniversário da minha irmã, 12 de abril, comemos, dançamos, sinto o sopro da voz da minha saudosa mãe: ‘Vai para o hospital’. Era 1h30 da manhã. Falei para os meus filhos irem dormir, cheguei no hospital dirigindo, fiz uma bateria de exames e nada. Falei para a minha filha: ‘Vai dormir, está tudo certo, só estou esperando o exame de sangue’. Entra a médica: ‘Campeão, está tudo bem com você?’. Claro, campeão olímpico, um dos heróis, menino de ouro (risos)”, contou o ex-jogador.

Na conversa com a médica, ficou clara a gravidade da situação. “Ela falou que havia uma enzima, chamada troponina, na corrente sanguínea, indicando que eu tinha infartado. Não acreditei. Eu corro, malho. Infartei? ‘Você não pode mais ir embora, vai para o CTI. Senta na cadeira, não pode mais andar’. A próxima parada é caixão, estou morto, não posso mais andar? Tinha acabado de vir do aniversário da minha irmã. ‘Infelizmente, você vai operar em três horas’. Mandei minha família toda dormir, não conseguia falar com ninguém. Uma das coisas que mais mexeram comigo foi não conseguir me despedir deles”, revelou Tande.

“Quantas vezes estamos na porta de casa e não nos despedimos dos nossos familiares? E quando estamos brigados? Foi latente aquilo que a gente escuta todos os dias. Vou operar, não sei o que vai ser da minha vida, infartei, tinha palestras agendadas. Não precisei abrir o tórax, mas tinha um entupimento de 98% na segunda artéria mais importante do coração”, acrescentou.

O reencontro com a família, após o procedimento, foi emocionante: “Quando volto da operação e vejo meus filhos no quarto, choro igual a uma criança. Estava minha irmã, meu irmão, meu cunhado. Eu poderia ter ido embora sem falar ‘te amo’. Quando eu falei, desabei”.

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