Multicampeão pelo Minas, o técnico italiano Nicola Negro se envolveu em confusão com torcedor após a derrota por 3 sets a 2 da Seleção do México – comandada por ele – para a de Porto Rico, pelo Norceca Final Four, torneio disputado no arquipélago portorriquenho pertencente aos Estados Unidos.
Um torcedor de Porto Rico levou à arena Guan Aubin Cruz Coliseum, na cidade de Manati, um cartaz com a seguinte frase escrita, em tradução para o português: “Liga fraca? Não brinca comigo”. Assim que viu, Nicola subiu à arquibancada enfurecido e deu murro no papel.
Entenda o contexto
O torcedor provocava Nicola pela seguinte fala atribuída à oposta mexicana Andrea Rangel: “Não fui convocada porque, para o técnico da Seleção do México, a liga de Porto Rico é uma porcaria, então não tenho nível para estar na seleção”.
Andrea teria escrito isso nos stories do seu Instagram após ter sido deixada de fora da convocação da Seleção do México pelo italiano. A jogadora de 32 anos foi destaque e capitã da equipe ao longo da última década e, nas últimas três temporadas, jogou por times da liga de Porto Rico: em 2022/23, pelo Changas de Naranjito e, em 2023/24 e 2024/25, pelo Cangrejeras de Santurce.
Nicola promoveu renovação na Seleção Mexicana e deixou de fora várias outras “veteranas”. A maioria das convocadas para a atual temporada nasceu a partir dos anos 2000.
O que Andrea Rangel falou
Ao saber que não havia sido convocada por Nicola, Andrea publicou texto no Instagram despedindo-se da seleção, criticando a decisão do técnico e apontando que o fato de ela ter se afastado do vôlei na temporada 2021/22 para ser mãe têm sido um “obstáculo” na sua vida profissional.
A maternidade tem sido vista como um obstáculo, um motivo para questionar minha capacidade, em vez de reconhecer meus esforços para equilibrar minha vida de mãe e vida profissional.
Não pedi um trato especial, apenas uma oportunidade de lutar pelo meu lugar na equipe, de demonstrar que ainda tinha algo a dar a minha seleção. E o mais doloroso é saber que minha história não é única.
Muitas atletas mulheres enfrentam barreiras invisíveis que limitam seu direito de competir, não por falta de talento ou compromisso, mas sim por preconceito que ainda persistem no esporte.
Me vou com a frente em alto, mas com o coração partido por não poder me despedir em um último Mundial.