“Na hora que caí, senti muita dor, mas também muita raiva”. Foi dessa forma que Carol Gattaz relembrou um momento complicado que ocorreu há quatro meses, precisamente em 14 de março, data em que voltou a ter uma grave lesão no joelho. Em recuperação pela cirurgia, que ocorreu em 22 de março, e de olho no retorno às quadras, a central de 44 anos do Praia Clube conversou de forma exclusiva com o No Ataque, deu detalhes da recuperação, citou o desânimo que sentiu no momento e estipulou o mês que planeja voltar.
Durante a reapresentação do time mineiro de vôlei, que ocorreu na segunda-feira (28/7), no Ginásio UTC, em Uberlândia, Carol Gattaz esteve feliz, reencontrou as companheiras, conheceu o novo técnico e pisou novamente em uma quadra. Mas, ainda não tem condições de jogo. Mesmo assim, a atleta que se recupera da cirurgia nos ligamentos do joelho esquerdo comemorou a evolução na entrevista ao No Ataque.
“Minha recuperação está indo super bem. Estou muito feliz com a evolução que estou tendo. Meu joelho e minha perna estão se recuperando muito bem. Já estou empolgadíssima para voltar a treinar. Lógico que não treinarei a mesma coisa, mas estar junto das meninas já será incrível porque eu preciso disso, desse calor para o finalzinho de recuperação”
Carol Gattaz, central de 44 anos
Mas quando Gattaz voltará a jogar com a camisa do Praia Clube? Perguntada pelo No Ataque, Gattaz estipulou dezembro como o mês provável do retorno, já que a recuperação de uma lesão grave como essa é de nove meses. Até por isso, a central ficará fora do início da temporada 2025/26 – o time de Uberlândia conta com a capitã Adenízia, Milka e Gabi Martins como opções no meio de rede.
“Minha previsão de volta é dezembro, acho que no começo do mês. Espero poder voltar um pouco antes se a minha força… Na verdade, eu preciso recuperar a força total para chegar igual a outra perna para voltar e fazer as atividades de quadra, que é o mais importante e é o que será a minha liberação. São nove meses de tratamento, mas o que mais precisa são esses testes para avaliar a minha força”
Carol Gattaz, em entrevista exclusiva ao No Ataque
A frustração virou um novo objetivo para Carol Gattaz
Frustração foi outra palavra que Gattaz citou ao falar sobre a lesão. A central lesionou o joelho esquerdo no duelo com o Brusque, pela 21ª rodada da Superliga Feminina de Vôlei. Por causa dessa lesão no penúltimo jogo da temporada regular, Carol ficou fora da fase final da competição nacional, em que o Praia Clube caiu na semifinal e não disputou a decisão pela primeira vez desde 2016/17.
Até pela conclusão que não estaria com as companheiras na disputa dos playoffs da liga nacional, a experiente atleta nascida em 1981 se frustrou. No entanto, Gattaz já admitiu que ressignificou esse sentimento e olha para a sensação de ter perdido a fase final da Superliga como “novos olhos”: está em busca do título em 2025/26.
“É claro que estou no fim da minha carreira. E, para mim, foi difícil mentalmente porque ter uma lesão dessa a essa altura do campeonato, desanima. Mas eu sempre, na minha vida e na minha carreira, coloco um objetivo e o meu principal agora é ganhar a Superliga pelo Praia. Temos muito trabalho e tem grandes equipes, não será fácil. Mas esse é o meu objetivo”
Carol Gattaz, campeã de quatro edições de Superliga pelo Minas
O momento da lesão de Gattaz
A lesão ocorreu no quarto set da partida entre Brusque e Praia Clube, quando Gattaz pulou para tentar bloquear uma bola e, ao aterrissar, sofreu uma torção. Imediatamente, ela caiu no chão com demonstrações de fortes dores. Os médicos do clube de Uberlândia entraram na quadra para os primeiros cuidados enquanto as companheiras de equipe cercaram Carol, que foi atendida por alguns minutos antes de ser carregada para fora.
Após três dias, o diagnóstico foi divulgado, e ela operou uma semana depois da fatídica partida. Só que isso, infelizmente e curiosamente, não foi uma novidade para Gattaz. A atleta passou por uma situação semelhante em março de 2023, quando ainda jogava no Minas e rompeu o LCA do joelho direito, ou seja, foi a mesma lesão, mas no joelho diferente.
E esse foi o principal pensamento que passou pela mente de Carol Gattaz no momento da lesão. Ela já sabia o que iria encarar nos próximos meses, tanto que foram falas sem acreditar na situação que tomaram conta da reação da central ao cair na quadra, como a jogadora de 44 anos revelou ao No Ataque.
“Na hora que caí, senti muita dor, mas também muita raiva. Foi um sentimento de raiva na hora porque eu senti que tinha sido sério na hora. A dor se transformou numa raiva porque eu sabia e falei: ‘Não é possível’. E as meninas falaram: ‘Você caiu falando não é possível’, porque eu sabia que era sério, só não sabia a gravidade”
Carol Gattaz, central do Praia Clube
“Infelizmente, a pior coisa passou na minha cabeça. Depois, tentei me acalmar porque não ia adiantar desesperar, mas, na hora, desanima. A gente precisa criar forças lá de dentro para voltar, entender, para buscar forças do além para fazer a melhor recuperação possível”, concluiu Gattaz.