O Minas Tênis Clube perdeu Kisy para o vôlei da Rússia e recorreu ao mesmo país para contratar uma substituta. Para preencher a lacuna deixada pela maior pontuadora das últimas temporadas, a equipe mineira fechou com Maria Khaletskaya, oposta russa de 31 anos e 1,95 de altura que estava no Zarechye Odintsovo desde 2023. Veja mais detalhas da contratação minas-tenista abaixo.
Assim como Julia Nowicka e outras novidades do Minas para a temporada 2025/26, a jogadora estará na apresentação do elenco neste sábado (16/8), às 11h30. Khaletskaya terá o primeiro contato com o torcedor minas-tenista no evento gratuito “Minas na Rua”, que será realizado na Rua da Bahia, ao lado do Minas I – para entrar, o torcedor deve retirar o ingresso no Sympla.
A carreira de Maria Khaletskaya, nova oposta do Minas
Nascida em 31 de julho de 1994, Maria Khaletskaya é filha de ex-jogadora de vôlei da Seleção de Cazaquistão e fez toda a carreira na Rússia até decidir ir para o outro lado do mundo. A experiência na Superliga Feminina de Vôlei será a primeira vez que ela atuará longe do frio e enorme país que se estende por Europa e Ásia.
A oposta estreou na elite do vôlei em 2011, aos 17 anos, pelo Dinamo Moscou e passou por Saratov Proton, Sverdlovsk Uralochka-NTMK e Dínamo de Krasnodar até voltar ao tradicional clube russo. E foi justamente nesse retorno que ela conquistou o maior título da carreira: a Liga da Rússia 2022/23 ao lado de Natália Zílio, campeã olímpica pelo Brasil em Londres 2012 e ex-jogadora do Minas.
Após levantar a taça mais importante da Rússia no Dínamo de Moscou, Khaletskaya foi para Zarechye Odintsovo e disputou duas temporadas no time. Na última temporada, a oposta e as companheiras levaram a equipe à semifinal pela primeira vez desde 2015, mas perderam a decisão de terceiro lugar e terminaram no quarto lugar.
Uma das principais pontuadoras do Odintsovo, Maria Khaletskaya fez 34 partidas durante a Liga da Rússia 2024/25 e fez 360 pontos, sendo 18 aces e 47 bloqueios. Desta forma, a média da nova oposta do Minas foi de 10,5 pontos por jogo.
Já pela Seleção da Rússia, Khaletskaya até fez parte do elenco para a Liga das Nações (VNL) em 2019 e conquistou a medalha de bronze na Copa do Mundo – competição qualificatória para a Olimpíada -, mas não teve novas oportunidades até porque o país foi punido e não está competindo. Devido à guerra com a Ucrânia, a equipe russa está fora do torneios de vôlei – e diversos outros esportes.
Interação de Khaletskaya com torcedores do Minas
Antes mesmo da oficialização por parte do Minas, Khaletskaya interagiu com torcedores do time de Belo Horizonte por meio da conta no Instagram e já falou como uma atleta minas-tenista – embora as jogadoras só tenham assinado o contrato com a equipe após chegar ao Brasil, o acordo foi feito há alguns meses.
Em meados de junho, um torcedor comentou um vídeo da jogadora com corações azuis e afirmou: “Ansioso pra te ver jogar no maior de Minas”. Maria Khaletskaya respondeu o fã com o desejo em atuar pela equipe da Rua da Bahia: “Espero que você veja isso em breve!”.
Em 9 de agosto, um brasileiro comentou uma foto antiga com a seguinte mensagem: “Minas Gerais espera por você! Você vai amar Minas e com certeza vai se divertir muito no Brasil! Bem-vinda!”. Na resposta, Khaletskaya disse com um emoji de coração: “Espero que tudo seja assim. Obrigada”.
A missão de substituir Kisy
O Minas Tênis Clube deve voltar a ter uma estrangeira como titular na posição de oposta desde a temporada 2021/22, quando Dani Cuttino, atleta estadunidense, que foi campeã da Superliga pelo clube. Foi justamente a partir deste momento que uma paulistana tomou conta da posição, brilhou no vôlei brasileiro e se tornou destaque da equipe.
Por três temporadas, Kisy foi a bola de confiança do Minas e superou, em números, boa parte das atletas da Superliga, tanto que foi eleita a melhor jogadora da competição em 2022/23 e 2023/24. Já em 2024/25, ela foi a segunda maior pontuadora com um ponto a menos que Ariane, atleta do Fluminense que foi a líder, e os 523 acertos somados ao bom desempenho a consolidaram como a melhor oposta da competição, segundo a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).
O desempenho em alto nível de Kisy rendeu algumas taças à já farta prateleira do Minas: duas Superligas (2021/2022 e 2023/2024), uma Copa Brasil (2021 e 2023), duas Supercopas (2023 e 2024), dois Sul-Americanos (2022 e 2024) e dois Campeonatos Mineiros (2022 e 2024). Além disso, ela foi convocada em diversas oportunidades por Zé Roberto Guimarães para a Seleção Brasileira e, inclusive, está na preparação para o Mundial de Vôlei.
Porém, o ciclo da atleta de 25 anos na equipe mineira chegou ao fim. Em 23 de maio, Kisy foi anunciada pelo Lokomotiv Kalinigrado, da Rússia, país em que o Minas recorreu para buscar a substituta. Canhota assim como a antecessora, Maria Khaletskaya terá a missão de preencher o espaço deixado por Kisy no coração minas-tenista.