VÔLEI

Destaque da Superliga pede valorização a função ‘coadjuvante’ no vôlei

Em entrevista exclusiva ao No Ataque, ex-Praia e Minas propôs reflexão sobre sua função no vôlei e disse não pensar em Seleção

Por onde passou, Kasiely se acostumou a ser destaque como “coadjuvante”. Muitas vezes fora dos holofotes por não ser uma grande pontuadora, a ponteira foi peça-chave para o equilíbrio de grandes times recentes da Superliga Feminina de Vôlei: o Bauru vice-campeão em 2024/2025; o Praia Clube campeão em 2022/2023 e o Minas campeão em 2020/2021.

Em entrevista exclusiva ao No Ataque, a jogadora de 31 anos comemorou sua evolução na parte ofensiva na última temporada, mas pediu valorização às ponteiras passadoras, como ela.

A paranaense argumentou que “olha-se muito para quem ‘bota a bola no chão”, mas pouco se fala do trabalho das ponteiras de fundo de quadra e das líberos, que sustentam a solidez defensiva das equipes e são cruciais para o início das jogadas.

“Foi uma temporada muito positiva para mim. No início da temporada, eu me sentei com a comissão e falei que uma das coisas que queria continuar evoluindo era o meu ataque. Claro que jogar com a Dani Lins (levantadora campeã olímpica e capitã do Bauru) facilita, sem palavras para o que ela faz, mas tenho trabalhado ano a ano para evoluir na questão física, de agressividade no ataque, e vou continuar trabalhando. Estou muito feliz”, iniciou Kasiely.

“A minha função é meio de coadjuvante, não somos muito destacadas, mas acho que temos que começar a valorizar as ponteiras passadoras, porque sem nós… Isso inclui eu, Maíra (do Osasco), Michelle (Pavão, do Flamengo), Amanda (do Fluminense), precisamos ser mais valorizadas. É muito difícil fazer o que fazemos. Olhamos muito quem ‘bota’ a bola no chão e é muito importante, porque se ganha jogos com isso, mas o que fazemos por trás, com as líberos, também precisa ser valorizado”

Kasiely, ao No Ataque

Seleção Brasileira?

A grande temporada de Kasiely – que figurou entre as maiores pontuadoras do Bauru em vários jogos, mesmo não tendo anteriormente o ofensivo como seu forte – motivou diversos pedidos para que a atleta voltasse a ser convocada. A última vez que ela foi chamada para a Seleção Brasileira principal foi em 2023.

O técnico Zé Roberto Guimarães já divulgou todas as inscritas para a Liga das Nações, a VNL, e a ponteira do Bauru não está entre elas. No entanto, a ex-Praia e Minas garante não pensar no tema e deixa claro que sua prioridade de vida é a família – principalmente depois do “choque” que foi a morte do pai.

“Não penso no momento. Não é uma coisa que eu gosto de estar falando, mas preciso descansar, tenho uma lesão no ombro. Não espero que venha uma convocação, mas se vier vou ficar muito feliz, muito grata pelo reconhecimento do meu trabalho. É difícil para mim, hoje tenho outra cabeça, preciso descansar meu corpo, minha prioridade é a família, já perdi meu pai, depois que isso aconteceu foi um choque muito grande para nós. Não vivi muitos momentos com eles, então agora nas férias é quando consigo dar um carinho especial para eles, é meu objetivo de vida.”

Kasiely, em entrevista exclusiva ao No Ataque

Os números da Superliga de Kasiely

Kasiely foi a ponteira com maior eficiência no passe da Superliga 2024/2025, com 64,36%. Entre todas as jogadoras, ela foi a terceira, abaixo apenas das líberos Laís, do Flamengo; e Camila Brait, do Osasco.

A destaque do Bauru também figurou no top 30 de três estatísticas ofensivas – foi a 23ª maior pontuadora (251), a 20ª melhor sacadora (14 aces), teve a 12ª maior eficiência em ataques (25,62%) – além de ter sido a 30ª maior bloqueadora (31 pontos de bloqueio).

Os títulos de Kasiely por Minas e Praia Clube

  • Minas: entre 2019/2020 e 2020/2021 e conquistou uma Superliga, uma Copa Brasil, um Mineiro e um Sul-Americano
  • Praia Clube: entre 2021/2022 e 2023/2024, conquistou uma Superliga, uma Copa Brasil, um Sul-Americano e um Mineiro
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