A transmissão de Fortaleza x Cruzeiro criticou a interferência do VAR em lance de pênalti precedido de impedimento. As equipes se enfrentaram nesta quarta-feira (17/4), na Arena Castelão, pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro.
A jogada ocorreu aos 6 minutos do segundo tempo, quando o meia Matheus Pereira tentou fazer o passe de cabeça para o meio da área, e o lateral-direito Tinga tocou com o braço na bola.
Inicialmente, o árbitro Bruno Mota Correia assinalou escanteio. Contudo, ele foi avisado pelo VAR, Rodrigo Nunes de Sá, sobre um possível pênalti e, então, dirgiu-se ao monitor fora das quatro linhas.
Ao assistir à repetição, Bruno Mota verificou que Matheus Pereira estava impedido. Ele anulou o tiro de canto do Cruzeiro e deu reinício de jogo para o Fortaleza.
O que disseram os comentaristas?
O uso do recurso tecnológico rendeu críticas dos profissionais do Premiere Futebol Clube. O comentarista Eric Faria cravou: “O árbitro não precisava ir ao VAR. Se é impedimento, não precisa”.
O narrador Jader Rocha acrescentou. “Juizão, vamos combinar: se o Matheus está impedido, você pode sair daí agora. Se ele está impedido, a questão já era”.
O também comentarista Ramon Motta criticou a demora na checagem do replay. “Era uma coisa simples de resolver. Viu o impedimento? Segue o jogo”.
Em outro momento da partida, Eric Faria considerou grave o procedimento adotado pela arbitragem.
“O Rodrigo chama o árbitro para dizer que ele perdeu o pênalti. Mas o cara estava impedido. Sinceramente, não entendi. Se ele marca o pênalti, o VAR ia anular, porque estava impedido”.
Eric Faria, comentarista do Premiere FC
Por fim, Jader relembrou o festival de equívocos dos árbitros. “Parece que não aprendemos. A primeira rodada do Campeonato Brasileiro foi cheia de falhas e erros bisonhos, grotescos. Tanto que três árbitros foram afastados. Será que ninguém aprendeu?”.
Avaliação de ex-árbitro
O ex-árbitro Paulo César de Oliveira, comentarista da TV Globo, explicou que o VAR orientou o juiz de Fortaleza x Cruzeiro a assistir ao replay por questões de transparência a quem estava no estádio.
“O protocolo dá duas opções ao árbitro. A primeira é ele informar aos capitães: ‘olha, realmente houve o pênalti do Tinga. No entanto, teve (antes) um impedimento do Matheus Pereira”. Por sua vez, o quarto árbitro informaria os técnicos, e o quality manager, que é o gerente de operação do VAR, passaria para a emissora que está transmitindo o jogo. Porém, trata-se de uma questão de transparência e de entendimento, principalmente para quem está no estádio”.
“Se eu estou no estádio, vejo uma mão dessa do Tinga e o jogo reinicia com escanteio, eu vou achar estranho. Eu falo: ‘como assim, e aquele pênalti que perdeu?’ Então, para ficar claro que a jogada foi revisada pelo VAR, o árbitro é recomendado a ir ao monitor, está lá no protocolo isso. Ele vai ao monitor já sabendo que houve impedimento, mas analisa aquele pênalti que perdeu e o VAR vai informar: ‘Olha só, tem esse impedimento’”.
Paulo César de Oliveira
Fortaleza x Cruzeiro
Fortaleza e Cruzeiro empataram por 1 a 1 na noite desta quarta-feira. O Leão do Pici abriu o placar em chute rasteiro de Hércules, aos 18 minutos do primeiro tempo. A Raposa deixou tudo igual em finalização de Mateus Vital, aos 43 da etapa complementar.
A equipe celeste lutou até o fim e só não saiu com um resultado melhor graças a três defesas difíceis de João Ricardo, goleiro do Fortaleza. Na última intervenção, aos 52 minutos, o camisa 1 se esticou para espalmar o arremate de longa distância de Vital.
Com quatro pontos em dois jogos, o Cruzeiro tentará manter a invencibilidade na Série A no clássico diante do Atlético. Os rivais medem forças pela terceira rodada no sábado (20/4), às 21h, na Arena MRV, em Belo Horizonte.