A atuação do Cruzeiro diante do Boca Juniors ficou bem abaixo da crítica na noite desta quinta-feira (15/8), em Buenos Aires. Em um jogo bem travado no meio-campo e com poucas chances, o time celeste apenas assistiu ao adversário crescer de produção na fase ofensiva até que o pior aconteceu no segundo tempo. No segundo tempo, o centroavante uruguaio Edinson Cavani fez a Bombonera tremer ao marcar o gol da vitória xeneiza por 1 a 0, no jogo de ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana.
O resultado frustrou os planos dos 2 mil cruzeirenses que lotaram o setor destinado aos visitantes no estádio. Além disso, contrariou o planejamento traçado pela cúpula celeste. Na chegada do elenco à capital argentina, Pedro Lourenço disse que a Raposa não poderia perder. Ele esperava voltar para Belo Horizonte com, no mínimo, um empate na bagagem.
Pouco inspirado, o Cruzeiro só deu uma finalização válida ao gol do Boca, sendo já na reta final do segundo tempo, enquanto o Boca levou muito perigo em três chegadas. A primeira delas terminou no gol de Cavani. Já a segunda e a terceira pararam na trave e nas mãos de Cássio, respectivamente.
Com a derrota, a Raposa agora precisa vencer o adversário por, no mínimo, um gol de diferença na partida de volta para avançar diretamente às quartas da Sul-Americana. Um tento de vantagem leva a decisão da vaga para a disputa de pênaltis.
Próximos jogos de Boca e Cruzeiro
O Boca agora concentra suas atenções para o clássico com o San Lorenzo, pela 11ª rodada do Campeonato Argentino. Os rivais se enfrentarão neste domingo (18/8), às 14h30, na Bombonera.
Já o Cruzeiro terá um desafio importante contra o Vitória, pela 23ª rodada do Campeonato Brasileiro. As equipes medirão forças nesta segunda-feira (19/8), às 20h, no Barradão, em Salvador, na Bahia.
Boca Juniors e Cruzeiro voltarão a se enfrentar na quinta-feira (22/8), às 21h30, no Mineirão, em Belo Horizonte, pela partida de volta das oitavas da Sul-Americana.
O JOGO
Boca e Cruzeiro fazem primeiro tempo travado
A estratégia do Cruzeiro no primeiro tempo foi bem definida: pressionar o Boca no campo de defesa para evitar que a equipe saísse com a bola dominada e forçasse o chutão. Para que o plano funcionasse, Fernando Seabra colocou dois jogadores de velocidade no ataque e abriu mão de jogar com um centroavante de ofício.
No entanto, a mudança de tática só fez efeito nos primeiros minutos, quando Arthur Gomes e Lautaro Díaz conseguiram forçar a defesa xeneize a rifar a bola para frente. As melhores jogadas da Raposa saíram em invertidas do meio-campo para as laterais, com finalizações dos dois pontas, mas foram invalidadas por impedimento.
A criação do Cruzeiro foi anulada pelo Boca, que marcou em cima o ‘cérebro’ celeste. Os jogadores da equipe argentina fizeram rodízio de faltas em Matheus Pereira e não deixaram o camisa 10 receber passes em liberdade para tentar construir jogadas.
Quase que inoperante no ataque, o Cruzeiro se concentrou em travar as chances do Boca. O time da casa criou em lances, majoritariamente, pelo lado esquerdo. Contudo, não exigiu nenhuma defesa difícil de Cássio.
Apertado por Zé Ivaldo e João Marcelo, Cavani precisou sair da área para buscar a bola e aparecer no jogo. Na única oportunidade, a principal esperança de gols do Boca cobrou falta na barreira.
Segundo tempo
As equipes voltaram do intervalo com o mesmo estilo de jogo travado, com faltas no meio-campo e sem grandes chances de gol. Porém, era o Boca quem ditava o ritmo e rondava a área celeste.
Fernando Seabra pagou um alto preço por demorar a mexer no time do Cruzeiro, que não incomodou o goleiro Sergio Romero. Em jogada rápida, Zenon achou ótimo passe no espaço entre Marlon e João Marcelo e colocou Cavani em ótima posição para finalizar. O camisa 10 bateu cruzado na saída de Cássio e abriu o placar: 1 a 0. A essa altura, o cronômetro já marcava 19 minutos.
Cavani quase balançou a rede celeste em mais uma oportunidade. O atacante carimbou a trave após bom cruzamento pela direita. No rebote, Cássio fez um milagre para evitar que o prejuízo fosse ainda maior.
A única finalização do Cruzeiro, que apresentou um futebol bem pragmático, foi apenas aos 34′, com Kaio Jorge. O centroavante, que havia acabado de entrar na vaga de Arthur Gomes, entrou dentro da área e chutou cruzado rasteiro para fora.
BOCA JUNIORS 1 X 0 CRUZEIRO
Boca Juniors
Sergio Romero; Luis Advíncula, Gary Medel, Cristian Lema e Lautaro Blanco; Pol Fernández (Belmonte, aos 31 min do 2ºT), Cristian Medina e Jabes Saralegui; Kevin Zenon, Miguel Merentiel (Zeballos, aos 41 min do 2ºT) e Edinson Cavani (Milton Giménez, aos 47 min do 2ºT)
Técnico: Diego Martínez
Cruzeiro
Cássio; William, Zé Ivaldo, João Marcelo e Marlon; Walace, Lucas Romero (Matheus Henrique, aos 29 min do 2ºT), Álvaro Barreal (Lucas Silva, aos 21 min do 2ºT) e Matheus Pereira; Lautaro Díaz (Kaiki, aos 40 min do 2ºT) e Arthur Gomes (Kaio Jorge, aos 21 min do 2ºT)
Técnico: Fernando Seabra
- Gol: Cavani, aos 19 min do 2ºT (Boca Juniors)
- Cartões amarelos: Pol Fernández e Zeballos (Boca Juniors); Matheus Pereira, Walace, Lucas Romero, Lautaro Díaz, Arthur Gomes (Cruzeiro)
- Motivo: jogo de ida das oitavas de final da Copa Sul-Americana
- Data: 15 de agosto de 2024
- Local: Bombonera, em Buenos Aires (ARG)
- Árbitro: Jesus Valenzuela (VEN)
- Assistentes: Tulio Moreno (VEN) e Lubin Torrealba (VEN)
- VAR: Juan Soto (VEN)
