O América, um dos clubes mais tradicionais de Belo Horizonte, desfila um uniforme que chama a atenção pela combinação de preto, verde e branco. No entanto, o que muitos torcedores talvez não saibam, é que o preto – que não está presente no escudo do clube -, tem origem curiosa e, para alguns, surpreendente.
Nesse último episódio da primeira temporada do “Chama o VAR” conversamos com o historiador Carlos Paiva, que desde 1974 estuda a trajetória americana, para entender a inclusão da cor preta e se, de fato, foi homenagem ao Atlético.
O “Chama o VAR” é uma uma série especial do No Ataque e do Estado de Minas que relembra e busca desvendar casos emblemáticos, farsas e curiosidades do futebol mineiro.
- No primeiro episódio, verificamos o placar de 9 a 2 e recuperamos as maiores goleadas entre Atlético e Cruzeiro. Clica aqui para ver!
- Depois, fomos entender a história por trás do apelido “La Bestia Negra”, símbolo da torcida celeste. Confira aqui!
- Relembramos também o decacampeonato do América e a polêmica no título de 1925. Leia aqui!
- Já no quarto episódio, resgatamos a história por trás da estreia do Atlético, que pode ter sido o responsável pela extinção do primeiro rival. Veja.
Mudança de campo
No início da década de 1910, o América havia acabado de ser fundado. Coincidentemente, o Atlético vivia uma crise interna que resultou na saída de parte de sua diretoria e de diversos jogadores. Nomes importantes como Aníbal Machado, Jair Pinto dos Reis, Aleixanor e Alves Pereira deixaram o alvinegro e, para a surpresa de muitos, uniram-se ao recém-formado América.
O historiador do América, Carlos Paiva, explica que, na época, o time do Coelho era composto principalmente por jovens estudantes que admiravam os craques do Galo.
Nesse contexto, em 1913, a cor preta fez sua primeira aparição nos uniformes do Coelho.
“O América adotou o calção preto em homenagem a esses craques do Atlético, que eram os ídolos da garotada”, conta Paiva. Ainda segundo o historiador, os garotos americanos acompanhavam e torciam a favor do alvinegro, assim, a proximidade com o Galo em seus primeiros anos incentivou a homenagem.
- No quinto episódio, uma polêmica: é verdade que o Cruzeiro já foi rebaixado no Campeonato Mineiro? Confira aqui!
- Recuperamos também o clima tenso em eleição no Conselho do Galo em 1979, quando Marum Patrus sacou arma para ‘pacificar’ a reunião. Veja!
- No penúltimo, analisamos o recorde de público no Mineirão. Acesse e descubra de quem foi?
A consolidação do preto
Inicialmente o preto esteve presente apenas nos calções e somente em 1970 a mistura entre o verde e o preto se estendeu às camisas. Naquele ano, o então presidente do Coelho, Rui da Costa Val, contratou um designer com o objetivo de inovar as peças e marcar um novo período para o clube.
A primeira aparição do novo uniforme em campo foi em um amistoso entre América e Nacional, do Uruguai. A edição de 23 de março de 1970 do jornal Diário da Tarde reagiu com entusiasmo à novidade: “Outra coisa bonita no jogo foi a nova camisa do América, muito vistosa, verde e preta em listras verticais. E toda de sêda.”

