As tatuagens espalhadas pelo corpo de 1,87m, a barba no “estilo viking” e a cara fechada nos jogos compõem a “armadura” que protege – e disfarça – um bem humorado e simples Lyanco. Em quase uma hora de entrevista exclusiva ao No Ataque, o zagueiro do Atlético abordou temas como saúde mental, idolatria, críticas, Seleção Brasileira e claro, a trajetória que vem construindo com a camisa preta e branca.
Com chinelos e uniforme de treino do Atlético para a entrevista, Lyanco deu mais uma demonstração de que se sente em casa na Cidade do Galo, o centro de treinamentos do clube mineiro em Vespasiano. A identificação com a torcida foi rápida: com boas atuações e demonstrações de raça dentro das quatro linhas, o sérvio-brasileiro precisou de poucas semanas para contar com o carinho das arquibancadas.
Ao NA, o defensor não escondeu o principal desejo da carreira: defender as cores da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2026. Sincero, Lyanco também abordou as sondagens de clubes do exterior e as dificuldades que enfrentou nos primeiros meses com a camisa preta e branca.
Leia, a seguir, a entrevista completa de No Ataque com o zagueiro Lyanco, do Atlético.
No Ataque: Queremos começar a entrevista perguntando sobre a sua história. Como era a sua infância lá em Vitória? Quando e como você decidiu se tornar jogador de futebol?
Lyanco: Eu saí muito cedo de lá. Tinha uns 10 anos. Comecei a jogar bola com 5. Eu era muito agarrado com minha mãe, e o futebol acho que foi um instrumento que eles usaram para eu começar a me distanciar um pouco. Era ruim no colégio, não conseguia ficar na escola, enfim. Acho que o futebol começou mais por isso.
Só que eu fui me apaixonando pelo futebol, foi ficando mais sério. O professor que eu tinha lá me levou para uma escolinha que disputava campeonatos e tudo mais. E acabou que o Fluminense quis que eu fosse para lá para fazer um teste. Saí de casa muito cedo, com 10, fui para Xerém. Fiquei no Fluminense. Acho que fiquei uns três meses lá de teste, porque na época tinha o teste mesmo, todo mundo lá. Depois eles te separavam para treinar com o pessoal que era federado, que era registrado ali. Depois, tu ou passava e fazia parte desse grupo federado ou não. Cheguei nessa parte e fui mandado embora.
Como eu estava no Rio, o meu empresário (que é até hoje) me acompanhou lá e me ajudou. Falou: ‘Cara, você já está no Rio. Deixa eu falar com seus pais para já ficar por algum time aqui, continuar fazendo algum teste’. Aí, meus pais foram para o Rio também, para me acompanhar. Fui para o Botafogo. Botafogo já fiquei direto, até meus 16 ali.
Enfim, estou resumindo um pouco, mas é lógico que teve situações difíceis. Meus pais tiveram que largar tudo no Espírito Santo. Tenho uma irmã mais nova também que teve que acompanhar ali comigo. Sofreu muito também. Tivemos que abrir… Nossa casa virou… Os meninos que vinham de fora tinham que ficar em algum lugar, porque muitas das vezes não podiam ficar no clube.
Nossa casa virou esse lugar. De meninos que vinham de fora. Para os meus pais conseguirem o dinheiro, a gente fez isso. Virou uma pensão ali. Tinha sei lá, 10 meninos. Aí iam embora três, vinham mais cinco. Nossa casa virou isso. Os meninos foram andando embora, foram ficando cada vez menos. Ou seja, o dinheiro entrava menos.
Aí foi quando só tinha nós quatro de novo em casa. Foi quando começaram as dificuldades. Eu me sentia muito culpado na época por aquilo que a gente estava passando. Eles estavam ali por minha causa.
Foi uma infância boa, mas ao mesmo tempo eu tive que ser responsável muito cedo. Tive que entender o que eu queria de verdade. Você deixa de fazer certas coisas de criança, que a maioria dos jogadores acho que tem que fazer essa escolha, e muitos fizeram. Só que é difícil, porque você deixa de ser criança, deixa de curtir. Deixa de, às vezes, com uns 15, 16, querer sair. Não teve isso.
Na época ficava meio mal, mas hoje eu entendo, e graças a Deus eu fiz isso. Foi uma infância boa, mas muito responsável também.
E de que forma toda essa história fez você ser do jeito que é hoje, com essa personalidade mais forte? Desde a adolescência você já era assim?
Sempre fui assim. Na verdade, começou como eu falei, dentro de casa. Tinha lá, 10, 15 meninos dentro de casa, e eu era o dono ali, o responsável. Então, tinha que cuidar da minha irmã, porque tinha esse tanto de menino ali. Tinha que tomar essa frente de cuidado, de proteger – minha mãe, no final das contas, fazia tudo. Ela que lavava, fazia comida. Eu tinha que impor o respeito ali.
Acho que veio desde criança isso. Começando em casa. E em campo também. É lógico que existem muitos líderes assim que são feitos ao tempo, durante a caminhada. Mas eu, como falei, tive que começar muito cedo, por cuidado mesmo. Cuidar daquilo que é meu, cuidar daquilo que eu amo. Você tem que se impor, tem que falar na hora que tem que falar.
Lógico que, muitas vezes também, já fiquei muito calado. Isso chega um momento que estoura também. Acho que por isso aconteceram algumas coisas comigo recentemente. Às vezes, você precisa ter alguém para falar e vai guardando para você. Chega um momento que as coisas estouram.
Mas sempre fui esse cara de quando tinha que se impor, de falar. Sempre fui assim. Me ajuda muito também dentro do campo.
Saindo da Europa, você viveu momentos mais complicados no Catar, né? No ano passado você falou sobre a luta contra ansiedade, depressão, crises de pânico… Como está a cabeça do Lyanco nesse momento?
Agora eu estou bem. Lógico que existe ainda um tratamento. Essas coisas não têm como parar assim de uma vez. Até porque quando entra com uma medicação, pior ainda. Você tem que seguir. Por mais que você esteja bem, tem um tempo determinado para parar.
Foi um momento muito difícil que eu tive ali. Graças a Deus, eu tive minha família, minha esposa que me ajudou muito. Mas foi um momento muito difícil, que às vezes, quando não acontece com você ou com alguém dentro da sua casa, você nunca entende e nunca sabe como é.
Você vê na internet, vê alguém contando, e fala: ‘Está de sacanagem, pô. Esse cara aí passando por isso? Impossível. Como que ele passa por isso? Eu que estou aqui na m* e estou de boa’. Você fica vendo isso. Até quando alguém que tu conhece passa por isso na sua frente, ou você mesmo passa por aquilo ali. Você fala: ‘Caraca, não escolhe quem’.
Cada um tem seus problemas. Uns um pouco mais, outros um pouco menos. Mas, para mim, o meu é o muito. De repente, para você não é, é pouco. Cada um tem seu problema. Só que foi um momento muito delicado para mim. Inclusive, foi um dos motivos de eu querer voltar para o Brasil, estar mais próximo da minha família.
E eu deixei claro isso. Acho que o Atlético foi uma forma que me ajudou muito – não só pelo clube, mas por tudo. Perto do Espírito Santo, perto de casa. Meus pais hoje conseguem vir para cá com muita frequência. A família da minha esposa. Acho que consegui juntar tudo. Papai do céu foi muito bom comigo, de eu estar passando por aquilo e falar: ‘Toma. Agora está tudo pertinho de você, agora está em um clube muito bom’. Onde também pode proporcionar alegria, coisas pessoais, objetivos pessoais no futebol. Mas também lado família, que me trouxe muito mais próximo assim da minha família.
Foi um momento difícil. Estou em tratamento ainda. Não posso parar. Mas hoje, graças a Deus, está tudo bem. O próprio campo hoje também me ajuda muito. Lá (no Catar) eu não estava conseguindo porque eu estava no início dessas questões assim, mas o futebol hoje é uma forma que me ajuda muito – seja no treino, no jogo. É o momento que eu esqueço de verdade, de tudo.
Duas horinhas que eu tenho ali de tratamento, todos os dias, que me ajudam bastante. Graças a Deus, hoje estou bem melhor.
Qual tem sido o papel do departamento de psicologia do Atlético nessa melhora? É cada vez mais importante que os clubes discutam isso também.
Desde quando eu cheguei, eu tinha um medo um pouco de falar sobre isso. Tinha um pouco de medo de falar. Não medo, na verdade. Vergonha ou ‘como falar’. Se isso me prejudicaria, talvez, em uma assinatura de contrato. Não sei. Quando eu assinei assim, eu falei: ‘Eu vou ter que falar, porque eu preciso de ajuda’.
Inclusive, o tratamento em questões de medicações eu comecei aqui no Galo, por conta da ajuda mesmo que fizeram comigo. A Michelle (Rios, psicóloga do clube), os doutores. Me abraçaram de uma forma que eu não esperava. A melhor coisa que eu fiz foi ter contado mesmo, ter aberto isso.
Foi isso que me levou também a abrir o jogo em uma entrevista, porque… O que eu recebi de mensagem, gente que passa por isso e quando vê alguém falando, alguém que graças a Deus… Nós, jogadores, temos esse poder de usar a câmera, as entrevistas, a TV. A gente tem esse poder. Eu me senti bem de falar, justamente por conta dos trabalhos que eu tenho feito diariamente aqui. De não sentir mal de abrir o jogo.
Quando eu falei aquilo ali, eu recebi muita mensagem de gente passando pela mesma coisa. Inclusive, veio um menino no CT, na saída ali um dia, chorando para caramba, nos dias depois que eu falei. Falando: ‘Pô, tu me ajudou muito. Muito obrigado’. E eu: ‘Caraca, não fiz nada. Eu só falei o que eu passava’.
A psicologia aqui, o pessoal daqui, os profissionais, o próprio psiquiatra que o clube arrumou para mim. Não está aqui o psiquiatra, mas está em ligações diretas. Foi a melhor coisa que eu fiz, foi ter falado sobre isso.
Você sente que tirou um peso das suas costas?
Muito. Quando você abre e fala aquilo que você está sentindo ou passando, acho que a tendência é as coisas melhorarem. No início pode ser ruim, alguém pode até debater aquilo que você está falando. Mas no final das contas, você se livra de um peso. Você fala: ‘Pô, agora não sou só mais eu que sei disso. Se a pessoa quiser me ajudar, vai me ajudar. Eu falei, pelo menos’.
Sabe aquela de: ‘Pô, se acontecer alguma coisa, pelo menos alguém já sabia o que estava acontecendo’. Tira um peso muito grande. O clube se propôs muito a me ajudar. Se eu não tivesse falado, as coisas ou estariam bem piores ou estaria não passando por um momento como eu estou hoje no futebol, como estou no Atlético. Os jogos, tudo o que estou vivendo. Talvez, se eu não tivesse falado, não sei se estaria assim.
Ainda sobre essa relação fora de campo com o Galo: você criou uma identificação muito grande com a torcida desde o primeiro momento. Já se considera um ídolo do clube?
Ixe, isso aí eu vou deixar para a massa, para a torcida (risos). Eu vim com esse intuito, não vou mentir. Eu vim com esse objetivo, de ser alguém que representa o clube, de ser um cara importante no clube. Não vim querendo ser só mais um. Não queria vir para cá, enfim, fazer alguns jogos e sair para outro clube de forma ruim.
Então, eu vim com esse objetivo. Eu acho que, como eu falei, desde o início, bateram as coisas – tanto profissional, como para a família. Também quanto ao meu jeito de ser, de jogar, acho que bateu muito com o Galo, o jeito do Galo de ser.
Meu jeito, não só extracampo, mas meu jeito também no campo, acho que bateu muito essa identificação com o Galo. Eu sempre deixei claro isso: o quanto é recíproco o carinho que eu recebo. Nos jogos, tento fazer isso. Eu jogo muito com amor pelo que eu faço, com amor por onde eu estou. Não jogo só pelos meus companheiros, pelo time, de querer só ganhar. Eu jogo…
O Atlético representa muita coisa, o Atlético vai além de só esse centro de treinamento. Acho que existe muita coisa envolvida, muitas pessoas envolvidas. Quando um atleta, um jogador, tem a noção disso, acho que tem uma responsabilidade muito grande. E eu quero ter. Eu gosto de ter essa responsabilidade, de poder carregar isso.
Espero, pelo menos, não sei se agora, mas um dia ser um ídolo do clube.
Por conta do seu estilo de jogo mais agressivo e impositivo, é natural que você acabe levando muitos cartões também – algo que o próprio Cuca já minimizou. Mas vez ou outra isso ainda é pauta entre os torcedores. Você até respondeu um recentemente. Como você enxerga essas críticas pelos cartões?
Tem algumas críticas, mas às vezes, para mim, graças a Deus, as críticas aqui no Galo são até comentários, não chegam nem a ser críticas assim. Graças a Deus, se você comparar, às vezes alguns jogadores recebem realmente crítica. Não chega nem perto das que eu recebo. Fico muito feliz com isso.
Às vezes, vira um assunto que eu acho que não só torcedores, mas pessoas que trabalham com isso, acabam colocando. Meu jeito de jogar. Eu sempre falei isso. Inclusive, no que eu rebati ali, foi pela questão de que eu nunca vou esperar que alguém do meu lado faça alguma coisa. Deixar de fazer uma falta, deixar passar e recuperar pela corrida, que alguém vai conseguir me ajudar… Não sou assim!
Isso faz com que, às vezes, eu tome cartões. Melhorei bastante nessa questão. Antes, às vezes, era por conta de força excessiva. Como eu vim de fora também, tive que me adaptar um pouco a isso. Lá fora, o estilo de jogo, a competitividade… Não competitividade de times assim, mas de força, de duelos, eram muito mais fortes. Isso não dá para mentir nem negar.
Eu tive que, no início, me adaptar a isso. Teve sim alguns cartões que não eram faltas assim táticas, era por excesso de vontade ou de força. Eu tive que começar a dosar. Desde que começou esse ano, essa temporada, tomei cartões em jogos que não tem como. Clássicos, jogos que você entra um pouco pilhado pela questão do jogo.
Se você pegar os cartões que eu tomava eram em faltas ou lances que é para acontecer. É da minha posição. É muito difícil você estar sujeito. Desde quando começa o jogo, você já está sujeito. Uma bola longa, você chega no cara, às vezes pega um braço e o juiz já vem com amarelo. Você está sujeito a isso.
Eu sou um cara que, não sei se deveria pensar mais sobre isso, mas acho que o meu jeito é não pensar nisso. ‘Ah, não vou tomar agora porque está no início do jogo’. Eu sou um cara que: ‘Velho, se tiver que acontecer, vai acontecer’.
O Cuca na entrevista que deu, falou assim: ‘Se eu pedir para ele diminuir isso ou parar com isso, às vezes vai até tirar uma característica do jogador’. Não é porque ele falou, mas eu concordo muito. Isso é uma característica minha. Às vezes, uma falta que eu faço no jogo é aquilo que me acorda para o jogo. Uma dividida mais forte é aquilo que me põe no jogo, em questões de concentração.
Tem atleta que, às vezes, um passe certo já entra no jogo. Começa a se sentir no jogo. O primeiro passe certo, o primeiro lançamento. O meu é a minha primeira dividida, a primeira bola que eu ganho no alto. Aquilo ali vai me trazendo para o jogo. Eu preciso disso. Eu preciso de um duelo mais forte, de uma dividida, para tipo: ‘Caraca, estou aqui. Hoje eu estou aqui’.
São formas de me concentrar no jogo. Às vezes, nos jogos, eu estou cantando junto com a torcida. Eu estou, tipo: às vezes tem escanteio, estou mais próximo assim e eles estão cantando. Eu começo a cantar também. São coisas que me trazem para o jogo.
São as minhas características. Eu fui lá para fora jogando assim. Cheguei na Inglaterra jogando assim. Não vou chegar aqui e mudar por conta de pessoas que não sabem o que falam. Eles acham que acham alguma coisa. É meu jeito de jogar e, se tiver que fazer alguma coisa, lógico que eu não sou aquele cara maldoso. Nunca chego para realmente quebrar uma perna de alguém, para tirar o cara do jogo.
Só sou um cara que chega mais firme. Lógico que uma hora ou outra você vai acertar, mas nunca vai ser com essa maldade no coração. É meu jeito e eu quero continuar assim. E eu vou (risos).
Acredita que algo que ajudou nessa identificação com o Galo foi sua postura nas redes sociais? Você está sempre ativo, já publicou provocações…
Acho que, no início, foi isso que me trouxe um pouco mais próximo do torcedor. Nós, jogadores, a gente sempre tem que se provar no campo. No jogo. O Patrick é um cara com quem eu tenho conversado muito. Na estreia como titular, ele fez o gol. No outro jogo, ele já foi titular de novo. Falei: ‘Irmão, aquele jogo lá já foi. Se você fizer uma cagada hoje, ninguém vai lembrar mais do gol que você fez, da tua mãe chorando. Já foi’.
Então, a gente tem que se provar todo jogo. Eu estou conseguindo isso e, ao mesmo tempo, trazendo essa torcida, as pessoas para perto de mim fora do campo. Estou conseguindo juntar as duas coisas. Eu sou um cara ativo (nas redes sociais). Algumas postagens, algumas coisas, eu tenho um pessoal que faz isso. Muitas das vezes, nem sou eu.
Mas eu sou um cara assim, que gosta de estar próximo. Às vezes, ajudar pessoas. Eu vejo mensagens que eu vejo que realmente é de verdade aquilo ali, eu sou o cara que gosta de ajudar – não só financeiramente, mas às vezes responder. ‘Deus te abençoe, estamos juntos, continua firme’. Eu sou um cara que estou próximo a isso.
É o meu jeito. Eu sou assim, minha esposa é assim. Muito assim, mais que eu. Eu que, às vezes, tenho que mandar ela parar um pouquinho. Mas esse é o nosso jeito como pessoa mesmo.
E as provocações existem, porque quando você está em um clube como o Atlético e você tem do outro lado um rival, mas são só vocês dois aqui em Minas… Não é igual São Paulo, que você tem mais quatro, que você consegue às vezes mudar o foco. Aqui são só dois. Você acaba tendo que jogar do teu lado.
Essas provocações vão existir. Eu sempre, enquanto eu estiver aqui, vou fazer isso. Eu acho que é o futebol também. Eu levo para o lado do futebol, da zoação. Igual: a gente ganhou o clássico lá, o 2 a 0 pelo Mineiro: existe a provocação. Se eles tivessem ganhado, eles iam fazer a provocação. Tenho certeza disso.
Então, acho que isso é o futebol. Essas coisas não deveriam parar e deveriam não ser tão sérias igual as pessoas levam para o lado ruim. Isso tem que diminuir um pouquinho e talvez voltar como era um pouquinho no passado. Os caras eram muito mais cabeça quanto à provocação. Não pelo lado tão ruim.
Às vezes, os caras do passado eram muito. Mas eu digo as pessoas de fora. Entender de uma forma mais… Igual, você zoa seu amigo quando o time dele perdeu. Acho que essa zoação existe. Não levar isso tão extracampo, com violência. Acho que isso não vale muito. Mas dentro do campo acho que podem existir sim essas provocações.
Sua postura em clássicos também é muito elogiada. Só nesse ano você teve algumas discussões com Gabigol, Dudu e Kaio Jorge. É um jogo que motiva mais mesmo? Por quê, pra você?
Desde quando eu entrei no Atlético, eu entendi a grandeza, a força do clube e o quanto é a história. Eu consegui entender muito rápido isso. Às vezes, tem jogadores que passam aqui que não conseguem entender o tamanho que é um clássico, que é a rivalidade. Eu consegui ver isso muito rápido. Muito rápido.
Quando eu sei que vai ter um clássico assim, um jogo dessa grandeza – não só como clássico brasileiro, futebol. Mas essa grandeza de clássico entre pessoas, entre torcidas, imprensa. Aquilo ali te anima, te deixa: ‘Caramba, que jogo que tem amanhã’. O pré-jogo, um dia antes do jogo, na noite… Você já vai dormir pensando naquele jogo.
São coisas que, quando chega no momento: ‘Ó, agora chegou a hora. Aquecer, voltar, botar a roupa, a camisa e ir para o combate’. Quando você chega naquele momento, você já está pilhado, já está naquela energia de jogo dessa grandeza. Acho que é isso. Eu consegui entender muito rápido, e esses jogos eu gosto muito.
Por falar nisso, é inevitável essa pergunta… Como está sendo essa relação com o Dudu, depois de tudo o que aconteceu nos Estados Unidos?
Não, está de boa (risos). Como a gente estava tendo viagens e jogos, ele estava fazendo treinos separados. Então, para ser bem sincero, a gente não teve muito esse contato de dia a dia, concentrar, ir para jogo, falar ‘bom jogo’. Não teve isso ainda. É dia a dia, ‘bom dia, boa tarde, e aí, beleza’, e tal.
A gente vai melhorando ao decorrer da temporada. Quando ele, sei lá, estiver jogando e fizer um gol, a gente vai ter que se abraçar. Aquilo ali vai te trazendo um perto do outro. Para ser bem sincero, as programações não estavam batendo tanto. Mas agora acredito que vai começar a ficar mais próximo.
Nos treinos, jogos, ele podendo já jogar. Isso tudo vai ajudar. Agora, estamos do mesmo lado. Eu tenho certeza que, não só eu, mas ele também é muito profissional. Quando veste a mesma cor, a mesma camisa, tenho certeza que não tem como estar separado. Vai ter que estar os dois remando para a mesma direção, senão não dá certo. Acredito que vai ser bom.
Vamos voltar um pouco no ano passado. Neste ano, você voltou a atuar na zaga com o Cuca, mas no ano passado era o lateral-direito com o Milito, ainda que ficasse mais na base da jogada. Como você avalia o trabalho dele?
Difícil, hein. Quando eu cheguei, tive que me adaptar à forma de jogar no Brasil, à forma de jogar que o treinador pedia. As oportunidades que eu tive ali na Libertadores… Meu primeiro jogo como titular com ele foi pela Libertadores, contra o Fluminense. A gente tinha que ganhar em casa, ganhamos de 2 a 0.
Eu fui como lateral mesmo. Para ele mesmo, eu já tinha deixado claro: ‘Pô, quero jogar, quero ajudar. Mas não é a minha’. Não era ali que eu queria (risos). Mas eu queria jogar, tinha acabado de chegar. Precisava de ritmo, precisava jogar. Quis ajudar, e eu fui conseguindo isso.
Só que não era minha posição, não era minha forma de acostumar a jogar. Posições de corpo, posicionamento, tudo isso muda muito. É muito diferente. Às vezes, na minha posição, você pega o cara mais 9, aquele cara que gosta mais do corpo, que só gira para finalizar. Eu de lateral estava pegando os pontinhas mais rápidos dos times. São coisas diferentes. Você tem que viver o jogo ali.
Conseguimos ir bem. Nem deu meu primeiro ano ainda no clube. (…) Esse período Milito que eu tive, para mim, foi muito bom. Até como trabalhar com ele mesmo, assim. Um cara que todo mundo gostava aqui. Entendia muito. Dava para entender o que ele pedia.
Só que parece que eu acho que, no início, ele chegou forte aqui nos jogos e tudo. Depois, acho que foi pegando o jeito de como ele gostava de jogar. Os outros times. Eu acho que foi batendo de frente. Não peguei esse início. Já peguei essa reta final.
Mas um treinador que consegue chegar em uma final de Copa do Brasil, final de Libertadores, acho que não tem muito o que falar também. Lógico que devem ter acontecido erros antes de eu chegar, como aconteceram alguns. Escolhas ou algo que ele poderia ter feito de diferente, mas acho que não tem como falar de um cara que conseguiu levar um clube em duas finais de campeonatos muito importantes.
O Brasileiro ali, infelizmente, no final, a gente teve que ter escolhas. Copa do Brasil, Libertadores. São jogos que você vai ficando em uma importância maior. O Brasileiro, às vezes, acaba sofrendo como foi. No último jogo, a gente tinha que ganhar. Se perdesse, estava rebaixado. Foi um confronto direto ali com o Athletico Paranaense.
Uma situação que a gente não queria. A gente pensava em chegar naquela situação, mas campeão de uma Libertadores, ou campeão de uma Copa do Brasil. Só que no final a gente não foi campeão de nenhuma das duas e ainda brigando para não cair. Então, ficou uma situação meio chata, meio ruim.
Mas cara, dele (Milito) eu não tenho o que falar. Trabalhei pouco, mas o que eu trabalhei deu para ver o quanto o cara era profissional. Como eu falei: chegar em duas finais importantes assim, acho que não tem muito o que falar dele.
O que faltou para conquistar os títulos da Libertadores e da Copa do Brasil?
Ah (respira fundo)…
Dói falar disso, não é?
Dói, velho, porque foi muito difícil para a gente. Você se dá conta da grandeza do jogo que você perdeu. É muito forte. Você chega lá, consegue ganhar bem do River. Ganhamos de 3 a 0 aqui. Não sei se vocês viram o estádio do River, como estava lá. O que foi aquilo ali? Aquilo ali foi absurdo. E você sair dali com um 0 a 0… Aquilo ali, pô. ‘Vamos chegar bem na final’.
E chegamos. Acredito que a gente chegou bem na final. Estávamos prontos para aquilo ali. Só que são coisas que só o futebol consegue te proporcionar. Eles têm uma expulsão no início do jogo. O cara de fora fala: ‘Agora já era, agora ganhamos. Um a menos? Ixe, vai dar nós’. Os caras de fora pensam isso.
Só que, cara, dentro de campo, como um time que estava muito bem trabalhado ali com o Artur Jorge, parece que você não viu essa diferença. Eles foram melhores que a gente. Foram mais inteligentes também. Quando eles tiveram a expulsão, o treinador deles não mudou o jeito de jogar. Continuou da mesma forma, do mesmo jeito, esperando uma mudança nossa, né?
Acabou que a gente também não mudou nosso jeito. Ficou melhor para eles daquela forma ali. Quando acaba o jogo, você ainda está naquele estado sem entender o que aconteceu. Acho que até quando você é campeão, você fica naquilo: ‘O que está acontecendo?’ Da mesma forma, foi quando a gente perdeu. Demorou um pouco para cair a ficha do que a gente tinha na mão.
Particularmente, imagina? Você acabar de chegar e ganhar uma Libertadores, já entrar para uma história do clube. Quando você começa, tinha isso, cair a ficha disso, disso e disso, o problema e a dor de cabeça ficam muito maiores.
Aquele jogo ali o Botafogo mereceu ganhar, sendo bem sincero. Pela forma de como eles se comportaram depois da expulsão que eles tiveram. Mas é lógico, também por vacilo nosso. Não vontade, porque óbvio que a gente estava com uma vontade muito grande de ganhar.
Mas eu acho que, ao todo assim, uma comunicação nossa com o Milito. Uma mudança talvez de alguém ali. Aquilo que ele fez no segundo tempo acho que era para ter feito logo quando teve a expulsão. São coisas que você hoje não consegue voltar. Acho que se tivesse que voltar, a gente ia ganhar de 5 a 0, se volta no tempo do jeito bonitinho e certinho.
Mas hoje, quando você para para pensar mais calmo do que realmente aconteceu, eu só parabenizo o Botafogo. É isso.
Para além da chegada do Cuca, o elenco deste ano passou por várias mudanças. Como é a relação de vocês internamente? O que mais mudou do ano passado para este?
A gente já conversou sobre isso. Saíram jogadores importantes para nós. Mas chegaram outros também que também têm a sua importância. A gente tem um elenco muito bom. Você pega no papel assim os nomes que a gente tem, é um elenco muito bom, velho.
O Cuca eu acho que é esse cara, de montar time, de montar elenco. Desde a chegada dele, eu escutei muito falar: ‘Agora, você vai ver o que ele vai fazer com a gente, com o grupo, com o elenco’. Ele é esse cara. É lógico que a gente perdeu jogadores importantes, mas chegaram outros querendo assumir esse protagonismo, de cara, importante também.
Chegou o (Gabriel) Menino, que é um cara que a gente sabe como foi. Nível de Seleção também. O Rony, que tem sua importância. O Cuello, que hoje é um dos caras para mim principais nossos ali no ataque. Eu acho que questões de elenco, eu deixo para o Cuca, deixo para a diretoria, mas se eu fosse um torcedor e realmente visse com olhos de verdade do que a gente tem hoje, eu ficaria muito feliz.
Se você pega no papel assim, cada nome de cada um, você fala: ‘Caraca, olha o time que eu tenho, mano’. Acho que é aproveitar cada peça da forma que tem que ser aproveitada. Tem alguns ainda que estão em tratamento, lesão, que têm que voltar. Tem o Arana, o Cuello ficou fora.
Quando você junta isso tudo, eu acho que a tendência é ficar muito mais forte. Como foi no início do Mineiro, quando estava todo mundo junto, quando estava todo mundo podendo jogar. Com a chegada de alguns. Igual, o Júnior (Santos) chegou, mas teve essa questão de adaptação, de querer jogar.
A gente tem um time muito bom, velho. A gente agora tem que só entender isso. Temos que colocar na nossa cabeça o quão bom a gente é, o quão forte a gente é. E deixar o resto para quem manda.
E como é trabalhar com o Hulk no dia a dia, uma referência no esporte e no clube? Em quais aspectos ele é um jogador para se inspirar em termos de preparação, conduta no dia a dia?
Eu converso muito com ele. Ele é um cara que é muito profissional. Não é só o campo ali que mostra o que ele é. No dia a dia, você consegue ver o que é o Hulk mesmo, o Givanildo. Dia a dia. Não é à toa que ele conquistou – falando só de Galo mesmo. Não é à toa o que conquistou aqui dentro.
Quando você vê o dia a dia do cara, é uma coisa que te inspira muito. Que vira realmente um exemplo para você. Pega esse exemplo quem quer, quem é um cara inteligente, quem é um cara que realmente quer alguma coisa, um objetivo desse nível dentro de um clube. O cara tem que ser esperto de pegar essas senhas, essa chavinha que ele te dá.
Às vezes, o cara nem precisa falar muito com você. Mas você vê o que ele faz. Acompanhar… Você também vai crescer de alguma forma. E eu sou esse cara. Consigo ver e e entender a forma que ele faz, a forma que ele é, como ele é em um vestiário. É lógico que não sou mais aquele menininho de 18, que olha para ele com um olhar de ‘Oh, estou aqui com ele’. Sabe?
Eu já passei dessa fase. Olho para ele mais como: ‘Estou com ele agora e ele precisa de ajuda também’. Ele precisa de um cara do lado. Ele precisa de um maluco do lado, que vai estar ali e, se tiver que falar, gritar também… Que às vezes um cara como ele tem que botar muito a cara – não só em imprensa, em entrevistas, mas dentro do grupo mesmo.
Às vezes, você chega a ser aquele cara chato porque é sempre você que vai falar, sempre você que vai cobrar, que vai reclamar. Se tiver só um, é muito ruim, porque o cara fica marcado. Por mais que ele queira ajudar, fica marcado de uma certa forma ruim. Para aqueles caras, mais ranzinzas, mais chatos: ‘Pô, eu não aguento mais te ouvir, cara. Para, sai daqui’.
Então, se você tem outra pessoa que pode fazer isso… E aí, foi o que eu tenho feito. Tenho tentado ser esse cara. Tenho tentado ser um cara que cobra também, que também dá a cara. O cara que também vai reclamar com o juiz. Hoje não é mais o Hulk o cara que toma cartão. Hoje sou eu (risos).
Há seis, sete meses atrás, logo quando eu cheguei, era o Hulk. Teve que dar a faixa para o Arana porque ele reclamava e tomava cartão (risos). Eu já via isso. Então, falei: ‘Velho, vou chegar de uma forma que eu quero chegar mesmo’. Então, o Hulk está sendo um exemplo para mim. Não só de palavras, mas do que ele é, do que ele representa no clube. É isso que eu quero ser.
Você ter um cara desses do seu lado é muito importante. Não só como profissional, mas como pessoa também. Ele é top demais, velho. É um cara que ajuda muito. Não a gente assim, mas eu digo pessoas. Um cara que está aberto a ajudar pessoas. Eu sou assim, esse é meu jeito, minha esposa também.
A gente quer estar no meio das pessoas que precisam, das pessoas que pedem ajuda. E o Hulk eu vejo assim. Eu tento seguir esse exemplo e fazer o que ele é para realmente chegar de uma certa grandeza de representar um clube como é o Galo.
Nos últimos dias, surgiram rumores de que você recebeu sondagens de clubes do exterior. Chegou algo mesmo? O torcedor quer saber: existe alguma possibilidade de o Lyanco deixar o Atlético nesta janela?
Vou ser bem sincero, mas não muito (risos). Eu estou muito focado no Galo, de verdade. Como eu falei e tenho falado desde que cheguei, meu objetivo é ser grande aqui. Tenho objetivos pessoais de Seleção Brasileira, de uma Copa do Mundo que está para vir. Sei que hoje pode parecer um pouco distante esse objetivo, mas eu tenho esse sonho. E o Atlético pode me proporcionar isso.
Eu tenho isso no meu coração, e todo jogo eu tenho colocado isso para jogo. Não é à toa que eu entro nos jogos querendo fazer gol, aparecer, jogar, sou um segundo capitão de um clube como esse, então são coisas que me ajudam nessa caminhada rumo à Seleção.
Mas quando você está nessa visibilidade, obviamente as coisas aparecem. Não vou mentir, teve sim ligações, contatos, mas eu rapidamente passei para o meu pai que cuida hoje da minha carreira. Foi (direto comigo), porque eu já tinha o contato dessas pessoas.
Eu já passei rapidamente para o meu pai. Eu não preciso provar, mas se tivesse que mostrar aqui a minha mensagem para ele foi: ‘pai, estou focado aqui e quero Seleção’. Foi isso que falei para ele. Mas eu não vou mentir, isso me deixa feliz, porque são coisas que você vem plantando, batalhando, trabalhando, e chegam ligações importantes. Está dando certo. Estou fazendo aquilo que precisa ser feito.
Me deixa muito feliz, mas não mudou nada meu assim, de verdade, de pensamento, minha cabeça não mudou. Eu deixei realmente para o meu pai, e a mensagem está ali. Foi essa a conversa que tive com ele. Sei dos clubes que procuraram, o que tem, mas não mudou nada. Estou muito feliz aqui. Espero que me valorizem aqui dentro também, dar uma dobrada (risos). Quero fazer história aqui, conquistar coisas aqui, não só individuais, mas com o clube.
Se tiver que acontecer, espero que sejam coisas boas para o clube, principalmente, e para mim, óbvio. E o que eu puder controlar, o que depender de mim, eu consigo fazer e tenho na minha cabeça o que eu quero. Mas lógico que futebol é muito doido e às vezes saem do controle algumas coisas. Se for perguntar para o Lyanco, bom para mim é o Galo.
Chegou algo do futebol brasileiro?
Não. Aí eu não saio daqui. Se for para o futebol brasileiro ninguém me tira daqui, isso já deixei claro, eu fico aqui. Pela adaptação que tive aqui, minha família, meu filho do Galo. Eu não misturaria a cabeça dele hoje, tadinho.
Acho que eu não saio daqui por ser Minas Gerais, o quanto eu tive aqui, minha família ama aqui, estou mais próximo do Espírito Santo, o clube como é, as pessoas, os caras que trabalham aqui. Acho que daqui eu não saio. Se tivesse algum clube brasileiro iria usar só para tentar aumentar o salário aqui (risos). ‘Tem isso, eu fico aqui’. Mas de verdade, eu não penso em sair para clube brasileiro. Não passa nem na minha cabeça.
Última pergunta é justamente sobre Seleção Brasileira. A imprensa, como um todo, já coloca você ali em um top 5, top 3 de melhores zagueiros do futebol brasileiro com tranquilidade. Você acha que está se aproximando? O que falta para aparecer seu nome na lista dos convocados? Você estava na pré-lista do Ancelotti?
Cara, não fiquei sabendo, mas não acredito muito não (que estava na pré-lista). Sendo sincero, lado pessoal. Acho que nem na pré-lista eu estava. Se não, alguma coisa ia sair ou alguma coisa eu ia saber (risos). Se eu fiquei sem saber nada, coisa boa não é.
Eu acho que falta de verdade mesmo o Galo ter uma grande contribuição com isso. Nossos campeonatos. Se você bota o Galo entre os quatro de um Brasileiro, em uma final de Sul-Americana, em uma semifinal ou final de Copa do Brasil. Acho que as coisas vão mudando. Não só para mim, eu digo para os outros atletas também, como o Arana.
Eu acho que não é muito individual só. Tem todo o contexto. Se o Galo junto com o Lyanco consegue estar, como eu falei, no top 4 do Brasileiro, essas coisas. O clube indo junto, acho que as coisas ficam muito mais fáceis. São coisas que andam juntas.
Acredito que vai chegar na hora certa. Tenho tempo ainda até a Copa do Mundo. Hoje o futebol está muito competitivo, no sentido de que tem muitos nomes. Ainda mais no Brasil. O Brasil, onde você vai tem brasileiro jogando em tudo que é lugar. A competitividade está muito alta. De nível também, de jogar futebol, está muito alta.
Hoje, de verdade, me considero aí nesses tops assim do Brasil. Lógico que, para uma Seleção, você compete com alguém lá da Inglaterra, da Espanha, da França – como tem o caso do Alexsandro (do Lille). Está muito competitivo. Mas eu acredito que eu estou cada vez, espero, entrando nesses radares assim. Vai chegar na hora certa, se Deus quiser.